Obesidade aumenta o risco de gravidade da Covid-19

A obesidade produz inflamação crônica e alterações na função imunológica, que pioram com a idade, além de dificuldades mecânicas na respiração e aumento das necessidades de oxigênio. Embora os pacientes com menos de 60 anos sejam considerados um grupo de menor risco de gravidade para Covid-19, a obesidade é fator de risco para a internação hospitalar e necessidade de cuidados críticos. Um alto número de pacientes com Covid-19, que desenvolve complicações, está acima do peso ou obeso. No Brasil, mais da metade da população (55,7%) tem excesso de peso.

Doenças preexistentes

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Sobre as mortes causadas pela pandemia, a obesidade não foi mencionada como uma das doenças preexistentes associadas a um risco maior de morte. Parece provável que a maior prevalência de obesidade na Itália e nos EUA em relação à China possa explicar as diferenças de mortalidade entre os países. A influência da obesidade notada na mortalidade por Influenza H1N1 deveria acender um sinal vermelho e aumentar a atenção dos médicos que cuidam de pacientes obesos com Covid-19.

Função pulmonar

A obesidade tem forte impacto na função pulmonar. Ela está associada à diminuição do volume de reserva expiratória e capacidade funcional do sistema respiratório. Em pacientes com aumento de obesidade abdominal, a função pulmonar fica ainda mais comprometida por redução da movimentação diafragmática, dificultando a ventilação. Obesos costumam ter maior incidência de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Além disso, o aumento de citocinas pró-inflamatórias associadas à obesidade pode contribuir para o aumento da morbidade associada ao Covid-19.

Referências

*Clinical Infectious Diseases 2020. Obesity in Patients Younger Than 60 Years Is a Risk Factor for Covid-19 Hospital Admission.

*Obesity 2020. Obesity and Its Implications for COVID-19 Mortality.

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