por Emilce Shrividya
Para sentir a tranquilidade dos níveis profundos da mente, precisamos compreender nossa mente e aprender a lidar com ela. Importante entender o mapa das regiões a serem exploradas em nossa mente e aprender a mergulhar dentro de nós. “Devemos saber para onde queremos ir e como alcançar a meta”.
A mente tem cinco camadas:
1. Mente consciente
2. Mente subconsciente
3. Primeira camada da mente superconsciente
4. Segunda camada da mente superconsciente
5. Nível mais elevado da mente superconsciente
Como esse assunto é extenso, vamos primeiramente explicar sobre a mente consciente. E, nos próximos textos, falaremos sobre a mente subconsciente e sobre as três camadas da mente superconsciente.
Primeira camada da mente
A primeira camada da mente, a mente consciente é caracterizada pelos desejos de todos os tipos que ela constantemente está criando.
Ela tem três funções:
• Percepção
• Desejo ou aversão
• Ação
A mente consciente percebe os estímulos do mundo exterior, através dos cinco órgãos dos sentidos (olhos, ouvidos, nariz, língua e pele). Tem desejo ou aversão a esses estímulos. Ela age para materializar esse desejo ou aversão com os órgãos motores da ação (mãos, pés, cordas vocais, genitais e órgãos excretores).
A maioria das ações que fazemos é provocada pelos desejos da mente consciente. Quantas vezes as ações foram realizadas assim: primeiro temos a percepção dos estímulos do mundo exterior; depois sentimos desejo ou aversão por eles; e finalmente realizamos ações para materializar esses desejos ou fugir das aversões.
Os Mestres do Yoga comparam os órgãos sensoriais e motores a dez cavalos indomáveis atrelados à ‘carruagem da mente’. Se esses ‘cavalos’ não forem controlados, eles tomam direções diferentes, em busca do prazer e a ‘carruagem’ segue sem rumo, de um lugar para o outro, sem parar, circulando e trepidando. É assim que somos conduzidos e comandados pela mente inquieta, ansiosa, instável, cheia de desejos, em um turbilhão de pensamentos e emoções.
A capacidade dos órgãos de absorver o prazer é limitada, e os objetos de satisfação também são limitados, e desse modo, a pessoa tem de pular de um objeto para o outro na busca incessante de mais e mais prazeres. Como por exemplo: ela come bastante se deliciando com a comida, fica com o estômago cheio e segue em direção a outro prazer; vai às compras, se cansa das compras; vai a um cinema, se cansa do cinema e busca outras distrações.
Assim vai vivendo impulsionadas pelos quatro instintos básicos: fome, sono, medo e sexo – os instintos de sobrevivência, preservação e reprodução. Como esses instintos fazem parte de nossa natureza, não devemos reprimi-los, mas devemos controlá-los e direcioná-los para propósitos mais elevados.
Muitas pessoas acham que são livres para fazerem o que querem e para desfrutar apenas dos prazeres dos sentidos, mas pelo contrário, são escravizadas por eles e destroem a saúde e a paz mental.
Algumas pessoas têm alimentação errada, comem comidas gordurosas, frituras, doces em excesso, outras têm vícios de cigarro, bebidas, drogas. Mas justificam que são livres para fazerem o que lhes dão prazer, que vão morrer mesmo, e que não vale a pena viver sem esses prazeres. Mas, infelizmente, estão dominadas pelos sentidos e não valorizam o corpo físico e nem entendem a responsabilidade sobre esse corpo nessa jornada terrena.
Nossa existência humana é muito mais do que a expressão dos instintos da mente consciente que atiçam o corpo físico para desfrutar o mundo através dos sentidos. Não podemos dar valor apenas para a satisfação física e desprezar a elevação mental a níveis mais sutis.
Precisamos aprender o dourado caminho do meio como nos ensina a Filosofia do Yoga, nos harmonizando e nos equilibrando com discernimento, determinação, disciplina, vontade interior. Buscar o prazer benéfico, evitar hábitos nocivos, bebidas e alimentos que trazem doenças, valorizando a saúde do corpo.
A autodisciplina educa os sentidos, educa a mente, purifica os padrões mentais da mente negativa, e assim, adquirimos mais autoconfiança, mais liberdade interior para desfrutar a vida, com mais saúde, bem-estar e com um verdadeiro prazer.
Adquira o autodomínio de não escolher apenas o prazeroso que, muitas vezes, é como veneno lhe adoecendo. Exerça o poder de escolha sobre sua mente e sentidos e seja capaz de escolher o que é bom para você. Isso é amar a você mesmo e dizer não ao que lhe faz mal. Escolha, com sabedoria, o prazer benéfico para ter boa qualidade de vida e saborear a vida plenamente.
Namaste! Deus em mim saúda e agradece Deus em você! Fique em paz!