por Flávio Gikovate
No texto anterior, expliquei como o acúmulo de riquezas ganha uma conotação bastante distante daquela relacionada às necessidades de sobrevivência (veja aqui).
Agora vou me adentrar um pouco mais neste assunto.
Numa sociedade que valoriza o sucesso na área financeira, acumular riquezas passa ser a meta da maioria das pessoas que consegue desenvolver esse acúmulo. Todos querem se sentir ‘superiores’, ‘importantes’ e destacados.
No entanto, surge também uma parcela que trata de encontrar meios de enriquecer não relacionados ao trabalho e ao esforço. Assim, a complexa dinâmica social com seus jogos de interesses, aliada à falta de ética, abre espaço crescente para que parte dos políticos, intermediários e pessoas bem relacionadas possam se beneficiar de suas posições para auferir rendimentos mais fáceis.
Por outra via, surgem os que vivem à margem da sociedade: traficantes, contrabandistas, exploradores de prostituição, do jogo e etc.
Nesses meios sociais, o sonho de enriquecimento fácil se espalha e a relação do dinheiro com o trabalho se esvai.
Desse modo, a ideia coletiva agora é: ficar rico para poder parar de trabalhar.
O trabalho passa então a ter uma conotação cada vez mais negativa e é tratado como um mal necessário, caso não se possa prescindir dele.