por Antônio Carlos Amador
Costumamos dizer que uma pessoa é assertiva quando ela é capaz de assegurar com firmeza e decisão aquilo que diz e faz. A assertividade pode ser equiparada à autoafirmação e a segurança em si mesma.
O indivíduo assertivo tem uma consciência clara de quais são seus direitos, os faz valer e não permite que sejam violados.
Por outro lado, o indivíduo pouco ou nada assertivo não tem muito claro onde terminam seus direitos e onde começam os do próximo, e por isso cede terreno e se deixa manipular pelos demais. Não confiando em suas próprias forças ele geralmente não luta, se sente derrotado por antecipação, foge das discussões convencido de seu fracasso, sentindo-se débil frente aos outros. Tende a estancar-se na vida por temor ao risco que implica uma mudança e chega a acomodar-se às situações mais incômodas para não se expor.
Pessoas pouco assertivas, via de regra, são exploradas no trabalho
No trabalho pessoas pouco assertivas costumam, via de regra, serem exploradas por chefes e companheiros, assumindo tarefas e obrigações que não lhe concernem. Tudo isso por medo de enfrentá-los, reivindicando o mínimo que seja. No terreno afetivo costumam ser vítimas de chantagens contínuas. Seu maior medo é não serem queridas e, na ilusão de manterem o afeto alheio, se deixam manipular com grande facilidade.
A assertividade ou autoafirmação é um processo de aprendizado que se inicia na infância: a criança recebe a segurança através de seus pais ou protetores. São eles que decidem o que ela deve ou não fazer, delimitando seus direitos e obrigações e, ao mesmo tempo, protegendo-a dos perigos externos. Quando educada adequadamente, a criança aprende a renunciar a alguns de seus desejos, percebendo de que nem tudo no mundo lhe pertence e que deve respeitar os outros. Aprende também estimar e defender o que é seu como algo merecido. Ela poderá então ser preparada para tomar decisões próprias e ser consequente em seus atos.
Uma educação repressiva, que não lhe proporcione oportunidades, a faz crescer em um clima de medos e indecisões, podendo converter-se em um adulto ancorado na infância, que necessita constantemente de um protetor para resolver seus problemas e que acaba anulando seus próprios direitos, em virtude de não exercê-los.
A superproteção da criança também é prejudicial, pois é preciso que ela aprenda com seus erros para corrigir sua conduta e possa perceber os perigos que a cercam por experiência própria. Isso com uma adequada supervisão de seus educadores, para que tal experiência não seja excessivamente perigosa.
O desenvolvimento da assertividade começa na convivência no seio familiar e se prolonga durante os anos escolares, onde a criança deve aprender a defender seus direitos frente a companheiros e amigos. Isso lhe permitirá chegar firme à adolescência, habilitada a impor sua personalidade quando for necessário. Caso contrário, adotará frequentemente alguma postura negativa, como isolamento social, convertendo-se em um ser solitário e incapaz de relacionar-se com os outros por puro medo, ou buscará refúgio no grupo, perdendo sua identidade e critérios próprios dentro do "rebanho".