por Emilce Shrividya Starling
O sentimento de culpa nos foi transmitido pela nossa cultura ou religião. A culpa está impregnada em nós e dela derivam muitos de nossos sentimentos negativos, baixa autoestima e medos.
Precisamos aprender a nos livrar da culpa que é autodestrutiva. Ela não ajuda em nada, e não tem outro objetivo a não ser causar sofrimento desnecessário a nós mesmos.
No livro a "Arte da Felicidade", Dalai Lama nos dá uma grande lição sobre a culpa. Ele, com muita humildade, fala de seus erros, e como superou aprendendo com eles. Diz que devemos reconhecer nossos erros com sentimento de remorso para nos manter na conduta correta da vida, nos estimular para corrigir nossos erros e agir corretamente no futuro. Mas não podemos permitir que a culpa se transforme em autopunição.
Temos que compreender que todos nós somos imperfeitos, e fazemos algo de errado durante nossa vida. Porém de nada adianta ficarmos nos lamentando ou nos culpando, pois isso gera crítica, censura e ódio a nós mesmos. É importante sim reconhecer nossos erros, com sentimento de arrependimento, mas para "'retificar as coisas no futuro'".
Aprendi lendo esse livro que podemos superar e encarar nossos erros, com arrependimento, mas sem excesso de culpa, aceitando nossas limitações e fraquezas.
Se permitirmos que o remorso se transforme em culpa excessiva, ficamos relembrando nossos erros passados, nos punindo, gerando sensação de peso, tristeza, depressão e desequilíbrio emocional. A culpa nos faz repetir os mesmos erros, traz raiva, frustração e nos impede de ser útil e dar o melhor de nós.
Aprendi nos momentos difíceis de minha vida que preciso extrair lições dos acontecimentos, e compreender que virtudes Deus deseja que eu desenvolva. Sinto que admitir nossos erros, com arrependimento sincero nos purifica, nos torna mais mansos, mais pacientes, mais compreensivos e tolerantes com as falhas e defeitos das outras pessoas.
Ao reconhecer o erro, não devemos ficar remoendo o que fizemos ou nos sentir envergonhados. Esse reconhecimento deve trazer aceitação e um sentimento de compaixão por nós mesmos. Esse é o verdadeiro antídoto para a culpa e a censura. Na compaixão, podemos sentir amor por nós mesmos, nos perdoar, nos acolher, nos abrir para a vida e para os outros, sem se isolar na dor.
É importante nos perdoar e sentir que Deus nos perdoou e nos abraça e nos acolhe com seu imenso amor e bondade.
Precisamos gostar de nós mesmos da maneira que somos, descobrindo nossas qualidades e capacidades, sentindo admiração por nós mesmos. Esta capacidade de autoadmiração nos ajuda a encontrar força para seguir em busca de nossos ideais e realizações.
Livre-se da culpa e da autopunição
Louise Hay, em seu livro "Você pode curar sua vida", nos ensina a livrar-nos da culpa e da autopunição com novos padrões de pensamento como:
"Eu me perdoo. Eu me amo e me aprovo. Sou amoroso e digno de ser amado".
"O passado acabou. Escolho me amar e me aprovar no agora."
"Com amor eu liberto o passado. Eu estou livre. Agora está tudo bem em meu coração.".
"Estou em paz com todas minhas emoções. Eu me amo e me aceito. Eu me vejo com olhos do amor".
"Eu me amo e sou carinhoso comigo. Sou delicado e gentil comigo. Tudo está bem".
Escolha alguns desses pensamentos e mentalize-os várias vezes ao dia, reprogramando sua mente. Sinta como isso faz efeito em você, lhe acalmando, lhe trazendo mais alegria e confiança. Sinta como ficar livre da culpa lhe liberta, harmoniza e pacifica.
Existem dois bons momentos para se aproveitar a receptividade do subconsciente e reprogramá-lo: antes de dormir e ao despertar. Quando vamos dormir, nosso consciente vai se desligando pouco a pouco das atividades diárias e neste momento, com a quietude do corpo, podemos purificar nossos padrões mentais com mais força. E da mesma maneira, quando acordamos, enquanto ainda a mente consciente não se ligou nas preocupações do novo dia, o subconsciente está mais receptivo às sugestões que formulamos.
Lembre-se de aproveitar esses dois momentos. Antes de dormir ou ao acordar, repita várias vezes afirmações positivas como: "Todos os dias em todos os sentidos, em todos os aspectos, vou indo cada vez melhor, melhor e melhor. E assim será".
Ou afirmações como: "Eu som bom, alegre, saudável, próspero e feliz. Sou muito tranquilo e confiante. Tudo me corre bem. Somente coisas boas acontecerão para mim".
Pode repetir mentalmente antes de dormir: "Meu inconsciente me proporcionará um sono tranquilo, profundo e restaurador".
Desperte com pensamentos agradáveis, com bons desejos, lembrando de Deus, confiando na vida e em você.
Se você quiser se aprofundar mais para identificar suas emoções destrutivas, Izabel Telles em seu livro: "O livro das transformações" criou dez imagens que revelam suas emoções e dez exercícios práticos de visualização e orientações para você educar a mente. Através desta proposta de trabalho inovadora você aprende a realizar mudanças profundas na mente e na sua vida.
A sua transformação acontecerá primeiro em sua mente. Portanto é preciso começá-la agora, no presente. Tenha paciência com seus padrões mentais negativos antigos. Eles estão com você há muito tempo. Mas lembre-se que dentro de você existe o potencial divino para ser feliz e saudável. Tenha perseverança. Liberte-se da culpa, do perfeccionismo. Aceite com compaixão seus defeitos e erros, e aprenda com eles. Fique em paz!