Da Redação
Quem já esteve próximo a alguém que pisca sem parar, sem controle sobre o movimento das pálpebras, sabe como é perturbador. O “blefaroespasmo”, um tipo de distonia facial, segundo estudos, atinge mais mulheres do que homens e costuma ocorrer depois dos 50 anos.
De acordo com o médico oftalmologista Renato Neves, a movimentação involuntária da pálpebra pode ter origem em outras doenças, como esclerose múltipla. Mas, geralmente decorre de exposição excessiva à luz (mesmo de computador), fadiga e tensão emocional.
“É mais comum observar o problema em apenas um olho, embora os dois reajam da mesma forma e pisquem ao mesmo tempo. Os espasmos costumam desaparecer durante o sono e diminuem quanto mais emocionalmente equilibrada a pessoa se encontra. Se o paciente não buscar ajuda, o piscar involuntário pode se intensificar de tal modo, que acaba levando à perda de visão funcional”, diz o médico.
Neves afirma que a toxina botulínica vem sendo empregada com sucesso em pacientes que sofrem de blefaroespasmo. “A substância bloqueia os impulsos nervosos, agindo diretamente nos músculos responsáveis pela contração das pálpebras. São injetadas pequenas doses de toxina botulínica em diversos locais da musculatura periorbital (pálpebra superior, inferior e supercílios). Seus efeitos podem ser percebidos em cerca de dez dias e duram, em média, quatro meses. Em mais de 90% dos casos o tratamento é bem-sucedido”.
O oftalmologista diz que é comum haver necessidade de o paciente receber acompanhamento psicológico ou adotar, também, terapias de relaxamento, como ioga e caminhadas.