Por Tatiana Ades
Vivemos uma época cheia de desencontros afetivos, onde o sexo se torna fator principal de vínculo entre as pessoas.
Sexo não é mais visto como consequência de um relacionamento, mas o início de um primeiro encontro.
Essa mudança social e cultural traz aos consultórios jovens confusos com o que o amor realmente significa e a maior parte deles aceita um relacionamento aberto para poder agradar o parceiro(a). Esses jovens têm entre 13 e 19 anos, sentem-se confusos e criam crenças de que, se não aceitarem algo liberal, perderão o amor do outro.
Mas na maior parte das vezes, fazem isso apenas por insegurança e sentem-se depressivos e angustiados, não sabendo onde termina o sexo e começa o afeto.
Percebo também uma necessidade pela curiosidade sexual de participar de grupos liberais, festas de swing e necessidade de uma bissexualidade muitas vezes não pertencente a ela (e).
O que acontece é que eles estão confusos com a própria identidade e essência, precisando se afirmar através da liberação sexual e perdendo o contato real deles mesmos e com o outro. Por consequência perdem muito em relação ao afeto e ao amor real.
Casais adultos que têm o sexo liberal como opção, já possuem uma identidade formada para tomarem tal decisão e mesmo assim muitas vezes percebemos uma enorme confusão entre afeto e sexo. Podemos imaginar então, na cabeça de um adolescente, como essa confusão se faz em tempos tão líquidos.
O sexo pode ser feito sem amor, sem dúvida, mas ele não pode ser o termômetro para alguém poder ser aceito numa sociedade, num grupo, num relacionamento.
Essa nossa época atual tão sexualizada está retirando algo muito importante de nós: a nossa própria vontade de escolha, a consequência é falta de prazer e libido.