Por que a posição cowgirl pode ser perigosa para o homem?  

Não só a posição cowgirl – normal ou invertida – é a que oferece mais risco para o homem “fraturar” o pênis, mas qualquer posição em que a mulher estiver por cima; entenda por que e veja dicas para poder minimizar esse risco

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“Li uma matéria na internet que a cowgirl invertida é a ‘posição mais perigosa do mundo’, pois pode ‘quebrar’ (na verdade, lesionar) o pênis, exigindo inclusive cirurgia. Mas é uma posição muito apreciada visualmente pelos homens. Trata-se de uma matéria alarmista, ou é raro o homem quebrar o pênis em uma relação? Abrir mão do prazer de praticá-la é a melhor solução, ou há algum tipo de cuidado que se possa ter? Enfim, qual é o nível de risco de se ‘quebrar’ o pênis em uma relação sexual?”

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Resposta: Segundo o médico urologista Dr. Eduardo Barros, a fratura peniana não é um evento comum, mas também não é raro. Ela acontece quando o pênis está rígido e existe uma força contra a direção em que ele está, dobrando-o e lesionando-o.

Na verdade, o pênis não tem ossos, mas tem duas estruturas cilíndricas, chamadas de corpos cavernosos, que se enchem de sangue quando o pênis está ereto e que podem ser lesionadas quando sofrem um trauma. A opinião do Dr. Barros é de que as matérias a respeito desse assunto na internet não são alarmistas, pois é providencial oferecer orientação para os amantes mostrando que o pênis não é um órgão que pode ser manipulado de qualquer jeito. Ele precisa de cuidado, assim como a vagina e o ânus precisam de cuidados para que a mulher possa desfrutar do sexo da melhor forma possível.

Por que as posições em que a mulher fica por cima, como a cowgirl por exemplo, são as de mais risco?  

Dr. Barros acrescenta que as posições em que a mulher fica por cima do homem são as de maior risco porque todo controle da penetração é feito pela mulher. Não há diferença no risco se a mulher fica por cima do homem virada para a frente ou na posição cowgirl invertida (a mulher fica por cima do homem, com as nádegas viradas para ele e voltada para os pés dele). Nessas posições o homem não consegue manipular o pênis de forma mais segura e ele depende de que a mulher suba e encaixe a vagina ou o ânus no pênis. Essas posições diminuem o controle do homem e nelas a mulher exerce mais peso contra o pênis, podendo levar a lesões mais graves no pênis.

Quando a mulher vem por cima, as chances de o pênis sair da vagina ou do ânus aumentam quando ela se movimenta e quando ela vai sentar de novo o pênis pode, ao invés de entrar no orifício, chocar-se com o períneo ou outra estrutura da mulher e ser dobrado ou fraturado.

Todavia, não há nada que impeça o casal de praticar esse tipo de posição, desde que ambos estejam conscientes. Se, porém, o casal estiver sob efeito de álcool ou outras substâncias psicoativas pode haver alteração das percepções de um ou de ambos os parceiros, levando a movimentos mais bruscos e muito mais arriscados.

Dicas para diminuir o risco de lesionar o pênis quando a mulher estiver por cima

Diante do exposto pelo Dr. Barros podemos adicionar algumas medidas para diminuir esses riscos:

1) a comunicação sobre qualquer desconforto ou dor durante a relação sexual é fundamental,
2) os movimentos devem começar em ritmo mais suave aumentando gradualmente, até a intensidade em que ambos se sintam confortáveis,
3) a utilização de lubrificante pode diminuir a fricção e o risco de lesões
4) a mulher pode apoiar-se nas coxas do parceiro ou na cama para controlar melhor os movimentos e reduzir o risco de movimentos abruptos.

Vale reforçar que, a prática segura e consciente de qualquer posição sexual é essencial para evitar lesões e garantir o prazer de ambos os parceiros.

Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta de um profissional de saúde e não se caracteriza como sendo um atendimento.

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É Psicóloga Clínica, Terapeuta Sexual e de Casais no Instituto H.Ellis-SP; psicóloga no Ambulatório da Unidade de Medicina Sexual da Disciplina de Urologia da FMABC; Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; epecialista em Sexualidade pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana – SBRASH; autora do livro “Mulher: produto com data de validade” (ED. O Nome da Rosa) Mais informações: www.instituto-h-ellis.com.br