“Se casamento fosse só amor, não teria tanta gente terminando…” Então, o que há além do amor? Qual seria a principal motivação atualmente?
Resposta: A ideia romantizada do casamento por amor vem sendo muito questionada nos dias de hoje. As pessoas até podem estar apaixonadas quando se casam, mas esse sentimento não é o único responsável pela união dessas pessoas. Amor é algo que vem com o tempo, com a convivência. Ou nunca vem. E paixão é algo que termina. Assim, casamento por amor pode até existir, mas não é só o amor que rege a escolha de um parceiro.
Antigamente, a intenção principal do casamento era a procriação. E os papéis familiares eram bem claros: a mulher gerava e criava os filhos e o homem os sustentava. As escolhas eram baseadas na capacidade de cada um de exercer bem o papel que lhe era atribuído. Existia a escolha por amor? Em termos. Romeu e Julieta que o digam.
Já hoje as pessoas são mais livres para escolher se querem ou não viver com alguém: alguém do mesmo sexo, de sexo diferente, alguém com quem querem ter filhos, ou alguém que não quer procriar. Até casamento sem sexo entra nessa lista. Os casamentos duram menos e as pessoas podem se casar quantas vezes quiserem. Talvez esse seja um dos motivos pelos quais as pessoas ainda queiram experimentar casar: se não der certo, sai fora, sem grandes perdas e sem os velhos preconceitos.
Sem contar que as histórias de amor como são apresentadas nos filmes ou nas séries despertam a vontade de encontrar alguém com quem se possa viver uma vida de trocas maravilhosas, experimentar sentimentos sublimes e construir uma vida a dois onde os projetos sejam compartilhados sem desentendimentos.
Acontece que um filme dura duas horas. E nele só se mostra o que se quer mostrar. É a velha história dos contos de fada: o que aconteceu com a Branca de Neve depois que ela se casou com o príncipe? Isso ninguém mostra.
Qual a principal motivação que leva as pessoas a se casarem?
Estamos numa era em que “experiência” é a palavra de ordem. Pessoas trocam o “ter” pelo “experimentar”: experimentar um novo restaurante, uma nova viagem, um novo passeio. O casamento acaba entrando nessa proposta. E muitas vezes a “experiência” da festa de casamento acaba sendo mais importante do que o casamento em si.
É claro que ainda existem os velhos casamentos por conveniência. Os parceiros ganham, no matrimônio, algo que lhes convêm. A bela jovem que se casa com o idoso rico, a fã que se casa com o ídolo, e tantos outros acordos que pouco têm a ver com amor.
E, é claro que ainda existem casamentos baseados no afeto, no respeito, na admiração e no verdadeiro entendimento do que é compartilhar uma vida. Mas esse tipo de união está se tornando cada vez mais rara. Além do quê, as pessoas estão por demais individualistas e se relacionam mais com seus celulares do que com gente de carne e osso. Nesse sentido é muito difícil saber se o que conhecemos um dia por “casamento” persistirá no futuro. Talvez relacionamentos amorosos sejam resumidos a encontros circunstanciais e superficiais. Com raras exceções, é claro.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.