por Roberto Goldkorn
Recentemente, vi nas redes sociais uma matéria em que o autor mostrava acusações da família de Michael Jackson de que ele havia sido vítima de uma conspiração oculta, que culminou com a sua morte no dia 25.
Daí o autor pulou para a “constatação” de que vários artistas haviam igualmente morrido no dia 25 (que dá 7). E foi além: chegou ao dispautério de dizer que o prédio do World Trade Center tinha na soma de suas janelas o fatídico nº 25 (que dá 7)! Ele atribui toda essa conspiração numerológica a uma seita improvável chamada de Iluminati, que ficou conhecida do grande público depois dos livros de Dan Brown.
Paralelamente num almoço, um rapaz evangélico me contestou sobre alguns fatos narrados na Bíblia dizendo que algumas idades mencionadas no “santo livro” são apenas simbólicas e nos remetem ao número perfeito que seria qual? O nº 7.
Coisas de leigos, palpiteiros e especuladores. O nº 7 não tem nenhuma face mais oculta que qualquer outro e muito menos está perto de ser O número perfeito. Esse posto pertence ao nº 9 e naturalmente posso provar dentro não só da numerologia como também da matemática e da geometria.
Para a numerologia que pratico o 9 é o sinalizador do fim da estrada, ele é o guardião do último portão que nos dá as boas (nem semrpe tão boas) vindas ao mundo espiritual. Depois do 9 não há mais nada, ele encerra um ciclo que começa com o nº 1- o nascimento do ser e culmina com o 9 o “fim dos tempos”.
Por isso é que a presença do 9 no nosso nome denota espiriualidade e consequentemente solidão. Não é por mero acaso que no Tarô, o Eremita (aquele que se refugiou no deserto, para se autoexorcisar de toda materialidade e toda ilusão) recebeu o nº 9!
Prova matemática disso? Vamos lá. O 9 é o único número que quando somado, sai de cena para deixar apenas aquele que a ele foi somado. Já perceberam isso é claro. Depois do 9 nada mais existe de novidade. O 11 é um 2 metido a besta, o 12 acaba na farra do 3, o 13 no 4 e assim por diante indefinidamente. Com o 9 é diferente. Some qualquer número a ele que ele sairá de cena “humildemente” deixando o número sozinho. Assim 9 somado a 5 dá 14 que somado dá 5 novamente. Cadê o 9? Recolheu-se ao deserto.
E tem mais. Na geometria temos o 9 ensejando as relações de perfeição de duas formas exatas e consideradas perfeitas: O círculo e o quadrado. O quadrado é visto pela “geometria oculta” como a representação da perfeição do plano material tridimencional. Por quê? Porque é formado por quatro lados iguais e quatro ângulos de 90º que somados resultam numa volta completa de 360º ou seja 3+6=9.
O mundo material é construido com ângulos de 90º – sua casa por exemplo deve ser feita de tijolos – todos com ângulos de 90º. Quando o Homem ficou de pé sobre a terra formou a sua base com um ângulo de 90º criado entre a planta de seu pé e o seu calcanhar.
Mas se formos somando os ângulos de 90º começamos a nos aproximar do círculo cujo diâmetro mede exatos 360º! Onde começa o círculo? Onde termina? O círculo é considerado pela mesma geometria oculta como a forma perfeita no universo espiritual.
Alguns conhecimentos ocultos tradicionais dizem que os espíritos que transcenderam a forma material e eliminaram seu vínculo com o ego ganham a forma esférica e no seu estágio seguinte de evolução estouram suavemente como bolhas de sabão dissolvendo-se no Todo de onde um dia vieram – completando finalmente um longo ciclo.
Assim o 9 serve tanto aos “senhores construtores” do mundo material quanto aos “senhores construtores” do mundo espiritual. Assim se existe algum número “cabalístico” com simbologia de final de era (que seria o indicado caso houvesse alguma seita que se considerasse o carrasco de nosso era atual) esse seria o nº 9.
O 9 encerra um ciclo natural, determina o fim das ilusões, o fim da festa que os outros números fizeram antes dele. Por isso ele é temido pelos que acreditam que podem viver para sempre ou que o show não pode parar.
O 9 representa a morte de um ciclo e as portas para o início de outro.
O 9 significa uma opção (nem sempre aparente) pelo grande salto adiante e para o alto. A solidão é apenas um aspecto dessa humildade monástica de quem nunca está presente para receber os elogios e agradecimentos: o 9 soma-se ao outro e simplesmente desaparece.
Pessoas do dia 9 (ou 18, 27) trazem em seu DNA espiritual essa sombra de solidão, mesmo que aparentemente nem de longe lembrem qualquer coisa de espiritual, mas ele está ali e vai aos poucos retirando da vida de seus nativos os adereços que compõem suas fantasias e ilusões.
O mito mais descritivo da essência do 9 é o mito da Descida aos Infernos de Ishtar uma deusa sumeriana. Ela vai descendo ao interior de uma imensa caverna vertical e a cada estágio um guardião dos infernos retira uma peça de seu vestuário de rainha: a coroa, o cetro, o cinto, a espada, etc. Quando ela chega no “fundo do poço”, está totalmente nua, despojada de suas armas e atributos reais, de seus símbolos de status e de realeza. Voltou ao seu estado original. Quando empreende a subida ela está modificada, morreu e renasceu. Esse é o espírito do nº 9!