O casamento sem sexo é comum, principalmente para a geração Y ou millennials, que são os nascidos após o início de 1980 até o final dos anos 2000; entenda por quê
“Sou casada há quatro anos. Meu marido tem 37 e eu 33 anos. Quase não fazemos sexo, mas não gostamos. Ele tem o hábito de assistir a vídeos pornôs na internet e se masturbar. Pesquisando sobre isso na internet vi que em muitos casamentos de pessoas da minha geração (os millennials) essa coisa do casamento sem sexo é comum. Por que isso acontece? Como lidar com isso? Tem como reverter essa situação com o meu marido? No que vocês do Vya Estelar puderem me ajudar, fico muito agradecida!”
Resposta: Cara leitora: a geração Y ou millennials, considerada a mais propensa a se queixar de pouco ou nenhum sexo em seus relacionamentos, cresceu em meio ao elevado comportamento individualista e à extrema competitividade.
Millennials: casamento sem sexo
Os millennials se desenvolveram com a internet, assistiram à pornografia começando a se tornar, e se tornando, cada vez mais acessível online, e são considerados particularmente workaholics e estressados. Entre os inúmeros fatores que geram estresse e reduzem o desejo sexual figuram desde a insegurança para atingir objetivos de vida, a ansiedade de desempenho no cenário profissional, o intenso engajamento com as redes sociais (que exibem imagens incompatíveis com a vida real e distraem de atividades de envolvimento, como o sexo por exemplo) até a pornografia (cujas imagens, conteúdos variados e a facilidade no controle total do próprio prazer podem tornar o sexo dispensável na vida do casal).
Quando você diz “quase não fazemos sexo, mas não gostamos”, isso quer dizer que vocês não gostam de fazer sexo ou da situação de quase não fazerem sexo? À parte das características de cada grupo geracional, vocês precisam abordar essa questão a partir da relação conjugal que vocês estabeleceram nesses anos de convivência.
A avaliação do bem-estar na vida compartilhada envolve questões que apenas você e o seu marido podem responder. Por exemplo, como cada um gostaria que fosse a vida sexual compartilhada? Que empecilhos dificultam alcançar uma vida sexual mais satisfatória para ambos os lados? O que cada um pode fazer em prol da satisfação a dois?
Gestos que mantêm as qualidades que um aprecia no outro, a atenção mútua, o cuidado na medida das coisas que fazem individualmente e a harmonia nas decisões precisam ser cultivados e alimentados continuamente, para estimular o prazer na aproximação a dois, especialmente no sexo.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento
Margareth dos Reis
É Psicóloga Clínica, Terapeuta Sexual e de Casais no Instituto H.Ellis-SP; psicóloga no Ambulatório da Unidade de Medicina Sexual da Disciplina de Urologia da FMABC; Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; epecialista em Sexualidade pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana – SBRASH; autora do livro “Mulher: produto com data de validade” (ED. O Nome da Rosa) Mais informações: www.instituto-h-ellis.com.br
