por Samanta Obadia

Estar em oração parece tão simples como repetir palavras ditas por alguém. Não é isso!

Orar sozinho, falar direto com Deus é apenas uma possibilidade confortável.

Aprendi a orar de verdade na adolescência, quando participava do grupo de jovens da Igreja São José, na Tijuca, no Rio de Janeiro. Ali, entendi que precisava construir a minha oração diante de todos os presentes, rapazes e moças iguais a mim.

Aprendi que tinha que escolher as boas palavras para falar com Deus e que abrir o meu coração não era simplesmente pedir, mas saber agradecer. Que isso não devia ser feito de qualquer jeito, mas de uma forma única e original, tal como Deus me via.

Entendi em meu coração que quando eu escolhia as melhores palavras para agradecer ou para pedir, as fazia para Deus e para os meus pares. Dessa forma, construía a beleza da oração, que nos encantava a todos. Era bom de ler e era bom de ouvir.

Orar é abrir o coração em pétalas, é sentir-se unido com o divino a partir do outro, porque em verdade só me sinto inteira quando estou junto ao grupo do qual faço parte.

Ser humano não é um ato de recolhimento e sim de expansão. Senão, porque teríamos tantos dons, senão para os partilharmos?

Ah! Como é bom ter essa experiência de orar em conjunto, de poder abrir o coração sem medo e saber que aquelas pessoas que ali estão, também desejam o meu bem, comungando comigo da gratidão de estar viva e da alegria de estarmos juntos.

Orar é sentir-se parte, é poder dividir as dores e aceitá-las como parte do processo da própria vida.

Muitas vezes, algumas orações se repetem como mantras, mas quando significam no grupo, são como afagos.

Triste e vazia é a sensação daqueles que nunca puderam experimentar essa presença.

Quisera eu partilhar esse sabor com muitos, porque tive essa troca que fortaleceu incrivelmente a minha fé.

Como o próprio Cristo disse no evangelho de Mateus, capítulo 18, versículo 20: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”.

Amém.