Por que somos reféns dos agrotóxicos

Quando falamos de produção de alimentos mundial, os agrotóxicos têm lugar de destaque. Eles deixam as pragas longe, “secam” as sementes mais rápido garantindo mais lucros. Mas junto a todos esses “benefícios” na lavoura, a saúde é a mais prejudicada.

O Brasil tem a proeza mundial de ser o maior consumidor de agrotóxico do mundo, uma média de 5-7 litros por habitante. Um posto que deveria ser pouco comemorado, mas que garante a movimentação de milhões de dólares, principalmente para os produtores de soja, milho e algodão.

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Brasil: campeão no uso de agrotóxicos   

Desde 2008 o Brasil é o país campeão mundial em uso de agrotóxicos, totalizando 20% do que é comercializado mundialmente. Não bastasse, o manuseio não parou de crescer. Entre 2000 e 2014, mostrou o estudo, o Brasil saltou de cerca de 170 mil toneladas para 500 mil, aumento de 194% em quinze anos (texto do site: www.crn1.org.br).

Legislação brasileira é frágil

Cerca de 30% dos agrotóxicos liberados no Brasil são proibidos na União Europeia devido aos riscos eminentes a população, em sua maioria ligados a casos de câncer. Mas o Brasil está bem longe de querer proteger sua população. Somente esse ano até julho, foram liberados 290 agrotóxicos, entre os ditos genéricos que são replicadores de venenos já existente ou novos, classificados como de alto ou extrema toxicidade.

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Atlas

Dados contidos no trabalho “Atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, elaborado pela Profa. Larissa Mies Bombardi, da Faculdade de geografia da USP, mostra como nossa legislação é frágil se comparada à União Europeia.

Resta a população se proteger como pode. E os alimentos orgânicos chegam como uma alternativa importante. Sei que o consumo dessa classe de alimentos gera uma série de discussões com relação ao preço, variedade etc. Mas o que friso é… tente consumir o máximo, faça redes com família e amigos para compras coletivas e privilegie a compra direta do produtor. Tudo isso vai trazer maior variedade e menor preço!

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Se mesmo assim, o orgânico não estiver a seu alcance, dê preferência a alimentos da safra que por estarem na sua época certa de colheita, necessitam de menos agrotóxico e estão mais ricos em nutrientes. Basta buscar no Google: “alimentos da safra de novembro”, por exemplo. Mas veja alguns deste mês:

Legumes e verduras: almeirão, beterraba, brócolis, cenoura, espinafre

Frutas: abacaxi-pérola, laranja-pera, banana prata, melão amarelo  

Vamos fazer a nossa parte em prol da nossa saúde e do planeta.

Fonte dos alimentos: Vigilantesdopeso