por Margareth Reis  

Depoimento de uma leitora

“Desde sexo com desconhecidos até sexo com outra mulher (sou heterossexual). Muitas das vezes o sexo ocorre em lugares inusitados. Meus sonhos são sempre sem pé nem cabeça. Uma hora estou com uma pessoa e ela se transforma em outra. Às vezes estou num lugar num segundo e logo em seguida estou em outro. Pode ter alguma razão para ter sonhos eróticos com tanta frequência, e raramente sonho com meu marido. É sempre com desconhecidos. Nos sonhos nunca vejo o rosto desses outros caras com quem faço sexo! Desde já agradeço.”

Resposta: O mundo onírico, ou seja, dos sonhos, das fantasias é uma caixinha de surpresas mesmo, pois não pertence à realidade. Os devaneios oníricos ocorrem em estado inconsciente, seja durante o sono ou quando a pessoa, por algum motivo, desliga-se temporariamente do mundo real. E, assim, conteúdos internos variados, inclusive os sexuais, podem se expressar livremente e sem censura quando a pessoa se encontra no reino mágico dos sonhos.

No entanto, a intensidade e a frequência em que esses teores aparecem pode provocar uma dada sensação dependendo de como cada um interpreta a sua experiência.

Caso o repertório onírico seja abalado por julgamentos rígidos de reprovação por quem o experimenta, é bem provável que os sentimentos despertados com isso sejam negativos.  E aí cabe, então, a você considerar a autoavaliação dirigida à sua produção imaginativa erótica e o quanto isso pode ser valorizado pela perspectiva criativa, imaginativa ou ser transformado em incômodo.

A fantasia habita um espaço interno reservado à privacidade de cada um, sem que isso represente um evento preocupante. Só é considerado patológico quando a fantasia passa a ser confundida com a realidade ou quando se tenta concretizar uma fantasia incompatível com a realidade.

Caso contrário, mais importante que a fantasia em si é o que ela reúne de aspectos simbólicos capazes, como no campo erótico, de elevar a sensualidade e a excitação sexual de cada um.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.