por Nuno Cobra
O movimento está de tal maneira inserido em nossas vidas, que é praticamente impossível viver sem ele.
Se nos lembrarmos que o homem caminhou por mais de três milhões de anos, sobre a superfície da Terra, entenderemos melhor por que ele é, na sua essência, um animal do movimento.
No decorrer da sua evolução, no difícil confronto com predadores e, nas imensas dificuldades para sobreviver num ambiente perigoso e hostil, o homem desenvolveu mecanismos de resistência física, mas principalmente resistência mental, mascarando a dor, e as adversidades. Adquiriu força suplementar para manter a luta pela sobrevivência.
Hoje, nos momentos difíceis, o homem sabe lançar a quantidade necessária de hormônios estimulantes, na corrente circulatória, para combatê-los. O seu organismo fornece energia física e, principalmente, mental, emocional e espiritual para lutar com coragem e decisão.
Dessa forma, não se deve pensar, se é prazeroso ou não, realizar uma atividade física. Ela faz parte da nossa vida, por isso, não cabe aqui discutir, mas aceitar as condições orgânicas ligadas ao movimento.
Tanto o corpo como o organismo, foram desenvolvidos para o movimento, assim os órgãos necessitam dele para se harmonizarem e funcionarem perfeitamente.
Nos últimos cinquenta anos, em função do desenvolvimento tecnológico, o sedentarismo chegou de modo mais intenso afastando lentamente o homem do movimento. O uso da tecnologia, aliada à busca de comodidade e conforto, tirou a ação dinâmica do corpo, que é tão imprescindível. Seus órgãos ficaram mais atrofiados, diminuíram e o mais prejudicado foi o aparelho cardiovascular.
O coração de passarinho
O homem moderno atrofiou tanto a sua bomba ejetora (o coração) e acabou ficando com o chamado coração de passarinho, porque ele bate, bate, apressadamente, mas não supre mais as necessidades mínimas do funcionamento orgânico.
Os perigos do sedentarismo
· A rede circulatória fica seriamente danificada diminuindo, assustadoramente o calibre das artérias, arteríolas e capilares, formando toda uma população de hipertensos prematuros. Atualmente, o percentual de adultos que sofrem de hipertensão gira em torno de 20 a 30%.
· A falta de movimento e o excesso de comida provocam distúrbios orgânicos e mentais.
· A depressão, a tristeza e o desânimo, comuns nos dias atuais, é uma amostra da falta que faz a atividade física.
O alto preço da vida sedentária não leva à conscientização
Só uma política de conscientização, por parte do Ministério da Saúde, poderia despertar nas pessoas uma ideia concreta dos efeitos e importância das atividades físicas.
O sedentarismo leva as pessoas aos consultórios médicos, em busca de tratamento químico para remediar e curar, através de uma química artificial, aquilo que poderia ser produzido de forma saudável, pela química da vida, ou seja, uma fabricação de hormônios saudáveis, específicos, que trazem alegria, entusiasmo, otimismo, bom humor e até felicidade. Todo nosso organismo é químico, mas é necessário ativá-lo.
Esse milagre desenvolvido durante as atividades físicas, fornece prazer, êxtase e combatividade, eliminando inclusive as dores através das betaendorfinas – a morfina produzida pelo organismo. Portanto, devemos tomar muito cuidado para não ultrapassarmos os limites, porque poderemos lesionar músculos, tendões e articulações, correndo inclusive riscos de acidentes vasculares. Mas o movimento realizado com critério, fornece a dose correta de motivação. para afastar a depressão equilibrando o organismo.
Caminhar ou correr, conforme o estágio cardiovascular de cada um, é importantíssimo para as pessoas atingirem um elevado nível mental e espiritual.
Os benefícios das atividades físicas
· Melhora o coração e a circulação sanguínea;
· Evita problemas cardíacos e a hipertensão;
· Queima a energia produzida pelo excesso dos alimentos;
· O organismo produz sua própria química: hormônios básicos para combater a depressão.