Atrasofobia?

por Luís César Ebraico

No mais das vezes, chegar pontualmente a uma sessão de análise é a maneira mais objetiva de se tirar o máximo proveito dela. Mas todo o analista sabe que há pacientes que são pontuais por essa razão prática e outros que o são por fobia de atrasar, o que, naturalmente, produz um compulsão de ser pontual. Mas como fazer o paciente compulsivamente pontual reconhecer como SINTOMA um comportamento que, do ponto de vista objetivo, é totalmente desejável?

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A comparação entre as sessões de dois pacientes, Antônio e Horácio, num dia em que um engarrafamento monstro forçou ambos a chegarem atrasados, vai nos ajudar a resolver a questão.

A reação de Antônio

ANTÔNIO: — Pô, doutor, desculpe o atraso.

LC: — Tudo bem.

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ANTÔNIO: — Está um engarrafamento infernal em toda a N.S. de Copacabana.

LC: — Eu soube.

ANTÔNIO: — Bem, vamos ver se eu aproveito o que resta da sessão. Como eu estava dizendo da última vez, blá, blá, blá, blá, blá, blá…

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A reação de Horácio

HORÁCIO: — Pô, doutor, desculpe o atraso.

LC: — Tudo bem.

HORÁCIO: — Esta cidade está ficando um inferno. Será que, agora, a gente vai ter que sair sempre uma hora antes para chegar pontualmente a um lugar a que a gente chegava em vinte minutos? Isso é problema desse prefeito, que só faz reformas de maquiagem, e também dessa população de idiotas, que não sabem votar. Esse negócio de chegar atrasado é um inferno, porque eu tinha uma porção de coisas para falar hoje e, agora, não vai dar mais, inclusive porque estou com tanta raiva de me haverem feito chegar atrasado que não consigo pensar em outra coisa. E não tenho nenhuma possibilidade de reagir! O que vou fazer? Matar o prefeito? Assassinar esse eleitor brasileiro que é um babaca? Blá, blá, blá, blá, blá, blá…

LC: — Horácio, acho que seria produtivo se nós falássemos um pouco sobre o papel da pontualidade e do atraso em sua vida. Parece ser um ponto particularmente sensível para você.

HORÁCIO: — Ué, não consigo ver nenhum problema aí! Não é normal que a pessoa queira chegar na hora em sua sessão de análise e que fique frustrado quando isso não acontece?

LC: — Supernormal. Ocorre apenas que você não parece simplesmente frustrado, mas, sim, traumatizado por seu atraso e isso, sim, merece nossa atenção.

HORÁCIO: — Por que você está dizendo que eu fiquei traumatizado e não, frustrado?

LC: — Vários pacientes chegaram atrasados hoje. Os frustrados com isso mencionaram ligeramente o assunto e aproveitaram o resto da sessão para dar continuidade ao que vinha sendo tratadoem suas análises. Os traumatizados com o fato não conseguiram, como você, parar de falar no assunto, e, nesse caso, o mais produtivo é esquecermos o resto, e aprofundarmos o problema do atraso.

HORÁCIO: — Bem, minha mãe sempre chegava atrasada quando ia me buscar na escola. Todo mundo já tinha ido embora e eu ficava lá, esperando…, esperando… Era horrível!

Horácio fizera uma CONTRA-IDENTIFICAÇÃO: tinha FOBIA de repetir em sua vida o comportamento que o traumatizara e, a partir daquela sessão, pudemos começar a trabalhar isso.

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