por Arlete Gavranic
A sexualidade humana extrapola a função biológica. Ela engloba nosso corpo e a autoimagem que temos dele; envolve conceitos construídos sobre esse corpo e as ideias que temos sobre sexo. Isso envolve a visão religiosa – pode ou é pecado -, a postura espiritual e energética. Ou seja, “o quanto eu acredito nessa energia da sexualidade como algo bom e prazeroso que me faz ser especial e bela …”
Todos esses aspectos carregam emoções que traduzem o afeto envolvido nas vivências sexuais. Em muitas situações esse afeto autodirigido pode, se não estiver satisfatório, gerar uma série de complicações na hora do sexo. A autoestima envolve o gostar e aceitar-se. A autoestima pode ser uma aliada do prazer de se viver bem a sexualidade ou um grande obstáculo.
Sexualidade e autoestima andam o tempo todo de mãos dadas. E quando falamos de sexualidade é impossível não fazer um link com a imagem corporal e as emoções que se tem a respeito de si mesmo. Esse conceito ou autoimagem não é imutável, mas necessita muitas vezes de transformações, às vezes físicas de fato. Mas na maioria das vezes é preciso que aprendamos a rever crenças e mudar de atitude frente a si mesmo – corpo e sexualidade.
Para elas:o físico e a autoestima
Mudanças físicas podem ser benéficas à autoestima. Fazer uma academia, encarar uma dieta, buscar modificações que tragam prazer em olhar para o seu corpo. Outras pessoas buscam ou até necessitam mudanças que envolvam um processo cirúrgico. E quando falo disso envolvo não só as cirurgias plásticas e lipoaspirações que ajudam a remodelar algo que está difícil de se fazer só com dieta e exercícios físicos e tratamentos estéticos, como cirurgias de orelha de abano ou rinoplastia que corrige aquele nariz muito grande ou torto. Tudo isso interfere na autoimagem e compromete a autoestima trazendo insegurança que pode repercutir sexualmente.
Existem também as cirurgias íntimas, principalmente para redução de lábios vaginais. Para algumas mulheres que tenham de fato essa região com pele excessiva. Além de muitas vezes ser geradora de desconforto no momento da penetração, essa característica gera constrangimento e muitas evitam situações de maior intimidade sexual. Essas cirurgias íntimas têm ajudado muitas mulheres a recuperarem a confiança na exposição de seus corpos. E isso ajuda a melhorar a autoestima sexual.
Para eles: o físico e a autoestima
No caso dos homens existem as propagandas enganosas de cirurgias que aumentam o tamanho do pênis. Essa prática não é aprovada pelo Conselho Federal de Medicina, pois provocará a perda de ereção peniana. Isso porque essa cirurgia consiste em cortar o nervo de sustentação para “soltar” o pênis da base corporal dando um "aumento" de um a dois centímetros. Ou seja, você busca uma resposta e acaba obtendo uma disfunção sem solução, e aí a autoestima fica mais uma vez comprometida.
Dicas práticas para sua elevar sua autoestima sexual
1ª) Elevar a autoestima é um caminho a ser conquistado com prazer e através do amor próprio.
2ª) O primeiro passo é gostar de você e do seu corpo, seja magra(o) ou gordinha(o), alta(o) ou baixinha(o). Correr atrás de se melhorar e se sentir mais bonita(o) é uma coisa diferente de viver escrava(o) de modismos.
3º) Procure agradar-se e estar de bem consigo mesmo; olhar para o espelho e sentir-se linda e gostosa, (o), gostar do que você sente em relação ao seu corpo se aprovando sexualmente.
4ª) Procure se tocar, acariciar-se e conhecer os caminhos do seu prazer corporal e genital; descobrir de que jeito você gosta de tocar e ser tocada (o).
Com isso você passa a exalar uma sensualidade própria que “acorda” com você e a torna desejável para si mesma e para os outros. Enfim, você que tem que se gostar, por inteiro, inclusive em relação à sua performance sexual. Afinal, isso é autoestima sexual. Boa sorte!