por Arlete Gavranic
Os relacionamentos na atualidade andam gerando muita ansiedade. Muitos homens e mulheres buscam relações, exercem suas seduções em bares, boates, sites de relacionamento, redes sociais, mas esses relacionamentos costumam ser passageiros, e acabam rapidamente – alias, desaparecem!
O fenômeno de sumir do mapa em vez de terminar um relacionamento é chamado de ghosting (uma derivação da palavra ghost, que quer dizer fantasma em português) e tem ocorrido em vários lugares do mundo e no Brasil.
É claro que não existe nunca a garantia de que você vai conhecer pessoalmente aquela pessoa que vem conversando por redes sociais, ou que um colega apresentou virtualmente, e que esse momento irá gerar uma “química”, atração ou iniciar um encantamento. Às vezes o papo virtual ou mesmo por telefone pode ser muito interessante, mas na hora h não faz a conexão esperada.
Podemos pensar em muitos outros fatores que possam alimentar esse fenômeno:
– a dificuldade de muitos homens em lidar com mulheres que aprenderam a fazer escolhas, que assumem suas vontades sexuais, que não colocam o parceiro como única conquista desejada na vida;
– outros não conseguem construir uma autoestima suficiente para acreditar em sua capacidade em manter relacionamentos interessantes;
– sentem-se sem confiança em sua capacidade de ter e dar prazer
Também podemos pensar que esses relacionamentos afetivos e sexuais muitas vezes não se mostram interessantes para os homens. Para muitos há a possibilidade de viver a sedução da conquista e a variação sem necessariamente ter que arcar com o ônus das relações estáveis que pedem compromisso, fidelidade, responsabilidades…
Muitas vezes ouço de muitos homens que as mulheres vêm alimentando esse lado machista e cômodo dos homens com sua liberdade sexual. Não concordo com essa leitura, esta sim tem uma carga machista e preconceituosa. Mas sabemos que alguns homens temem essa liberdade conquistada que faz com que muitas mulheres decidam e assumam como, quando e com quem tem vontade de ficar, transar ou romper. É como se muitos homens “fugissem”, “desaparecessem” para mostrar que têm o poder de decidir.
Infelizmente, esse padrão fugidio pode mostrar a imaturidade de alguns homens – e uma falta de ética e educação de muitos que não se mostram cuidadosos em dizer: ‘não curti’, ‘somos diferentes e não vai dar’, ou ‘foi legal conhecer você, mas não vejo possibilidade de repetir’, e deixam a outra parte no vazio.
Uma atitude egoísta, imatura e sacana.
Se você já praticou o ghosting, participe de nossa enquete nesta página. Será uma ótima oportunidade para reflexão.