Da Redação
A dificuldade em lidar com sentimentos negativos, como depressão e ansiedade, é o principal fator que leva uma pessoa a se ferir. Alguns fatores de risco podem estar associados com a automutilação, mas distúrbios psiquiátricos também são elementos determinantes.
Fatores de risco
Perturbações psicológicas devido a traumas e angústias vivenciados na infância podem perdurar por muitos anos. Dessa forma, no início da adolescência, quando o indivíduo passa por descobertas e precisa lidar com mudanças hormonais, físicas e psicossociais, tais perturbações podem se agravar.
Transtornos alimentares como bulimia e anorexia, bullying, abusos sexuais, maus tratos, pais dependentes químicos e abuso de drogas são os principais fatores de risco que levam esses adolescentes a praticar a automutilação.
Distúrbios psiquiátricos
Além dos fatores de risco citados, transtornos psiquiátricos podem ser motivos da desorganização comportamental que resultam na automutilação. Depressão, ansiedade, dependência química, estresse pós-traumático e transtornos alimentares são exemplos desses distúrbios.
Ademais, alguns indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline – caracterizado por significativa instabilidade emocional e impulsividade – se mutilam com certa frequência. Bonadio explica claramente a relação do comportamento com a doença: "Pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline, que é o caráter disfuncional de personalidade em que a automutilação mais aparece, tem um limiar à dor mais alto do que pessoas sem essa personalidade, ou seja, eles precisariam de estímulos mais fortes para sentir dor do que outras pessoas. Isso refletiria uma disfunção em áreas cerebrais que controlam a dor e as emoções."
Fonte: Dr. Caio Macedo Athayde Bonadio é médico psiquiatra
Para ler o texto anterior, Automutilação com e sem intenção suicida – clique aqui
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracteriza como sendo um atendimento.