O mundo está de quarentena em função do coronavírus. O receio de ser contaminado ou de perder pessoas queridas é vivido por todos. Para os que fazem parte do grupo de risco, isso vem com muito medo!
Mas essa convivência forçada, não planejada por ninguém, e limitada ao ambiente doméstico, não tem ‘energia de férias’ e pode estressar.
As pessoas que moram sozinhas podem estar vivendo este momento prolongado de isolamento social com estranhamento, pois apesar de morarem sozinhas, em outros momentos não ficam necessariamente isoladas; pois possuem uma interação social em sua rotina e todas essas atividades foram restritas, principalmente para idosos e pacientes de risco como diabéticos, asmáticos, hipertensos, imunossuprimidos, com doenças autoimunes. Aí pode bater a angústia e um estado depressivo, solitário. Conversar com amigos e familiares é importante, se for idoso, será importante conversar por telefone ou WhatsApp, isso traz a sensação de interatividade e minimiza a sensação solitária.
Muitos solteiros(a) e descasados(a), apesar de a maioria estar em home office, também partilha desse sentimento solitário, e a interação virtual ajuda bastante.
Já nas famílias maiores, para os que têm que trabalhar em home office, a organização de uma rotina é imprescindível. É preciso criar uma dinâmica para dar atenção aos filhos, às atividades escolares, agora com ensino à distância. Soma-se a isso, dar conta da casa, da alimentação e de criar momentos de descontração frente ao estresse do confinamento.
Disciplina
A disciplina com filhos é necessária: hora para acordar, dormir e para cada atividade. A noção de limites e respeito às regras passadas pela família serão testadas nesse momento.
Crianças menores necessitam de um acompanhamento maior, pois têm menos autonomia para as atividades. Para isso, pais podem intercalar horários de estudo (cada um orienta um pouco) com filmes/desenhos e jogos virtuais para que eles consigam dar conta de suas atividades profissionais. Terminado o horário de trabalho, importante que todos participem da organização da casa, como também fazer uma atividade de entretenimento em grupo, como jogos por exemplo. Pode ser uma ginástica ou uma aula de zumba em família para ajudar a movimentar esse corpo, para não ficar sedentário.
E no final dessa jornada diária, depois de colocar filhos para dormir. Insisto nisso, não é férias, e eles devem ter horário predeterminado pelos pais, não quando eles sentirem sono.
Vida sexual
Nessa primeira semana de abril, a FEBRASGO (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) orienta que: “Na ausência de contaminação dos parceiros, parceiros fixos e isolados em casa, sem história de contatos, a prática sexual pode ser livre, de acordo com o desejo do casal, com os cuidados específicos para prevenção de gravidez não planejada (uso consistente de método anticoncepcional) e infecções sexualmente transmissíveis (uso de preservativos)”
Mas, na suspeita de contaminação, exposição conhecida, ou na vigência de um parceiro contaminado sem sintomas ou com sintomas leves, é recomendado o isolamento, portanto, as relações sexuais deverão ser suspensas.
Para os que trabalham em situação de interação social, ou seja, com risco de exposição e possível contaminação (mesmo com cuidados de distanciamento e higiene), bem como os solteiros, descasados ou desacompanhados, esses precisam viver o distanciamento físico, mas não o distanciamento emocional. Aí vale um bom papo virtual e a prática da masturbação.
É importante não fazer desse período uma trincheira, alimentar sentimentos de tensão, raiva ou desespero! Já ouvi de muitas pessoas que estão com saudades do trânsito, de participar de reuniões, almoçar com colegas de trabalho…
Para casais sem filhos, a rotina deve ser contemplada e incluir além de momentos de trabalho, outros de individualidade.
Torcemos para esse período passar sem muitos prejuízos às nossas vidas, principalmente no tocante à saúde, relacionamentos e estrutura de vida!
E quando isso tudo passar, vamos dar os abraços e beijos carinhosos que desejamos com um novo sentido!