por Roberto Goldkorn
Estou lendo um livro muito bom, recomendo a todos que buscam evoluir através de uma paleta multiconhecimento e que aponte caminhos tanto para o individual quanto para o coletivo. O livro é O Caminho do Meio de Lou Marinoff (Editora Record).
Nesse trabalho o autor, professor universitário e filósofo, mostra que o ABC pode ser nossa única salvação. ABC que dizer, seguir o caminho de Aristóteles, Buda e Confúcio. Porém. só estou citando o livro, para poder começar a nossa conversa. Já no final, ele vai elencando todas as mazelas sociais, os caminhos equivocados, as armadilhas em que nos metemos para chegar até aqui, vivendo todos, nessa aldeia global perigosamente.
Claro que já li e ouvi essas análises dezenas de vezes, e algumas outras que o Lou nem passou perto, que nos avisam dos perigos de chegarmos até onde chegamos. Acho que se formos listar todos os graves riscos para a humanidade, precisaríamos de um livro que mais pareceria uma daquelas antigas listas telefônicas.
Holocausto nuclear, pandemias devastadoras, superbactérias fora de controle, elevação do nível dos oceanos (e ninguém ainda falou que se os oceanos aquecerem um pouco, vão liberar bilhões de toneladas do mortal metano que por enquanto jaz congelado e mansinho nas profundezas abissais.) A lista é longa.
Lembro que na década de sessenta eu ouvia uma música chamada The Eve of Destruction (À Véspera da Destruição) onde o compositor profeta dizia que o Armagedon estava batendo à nossa porta. Mas a vida teimosa continuou em frente, andando em passos tortos, trupicando aqui, cambaleando ali. Estamos em 2016 e a Destruição, as forças dos Cavaleiros do Apocalipse, causaram estragos, mas … ainda estamos aqui.
Que planeta é esse que, segundo experts, já está esgotado em sua capacidade de sustentar a vida, que humanidade é essa que já passou do ponto de voltar nos próprios passos e achar um caminho sustentável, porque ainda estamos aqui, fazendo filhos, fazendo planos para o novo ano, ou planejando a nossa carreira depois de formados?
Somos todos loucos? Somos uma humanidade de inconscientes e inconsequentes, por não nos enfiarmos debaixo da cama e rezarmos esperando o estrondo final?
Como se explica ainda estarmos vivos e ainda cantarmos: "Garoto eu vou pra Califórnia, viver a vida sobre as ondas…"? Será que essa loucura toda não passa de um último baile planetário na Ilha Fiscal?
Acredito que não. Acredito que existe algo a mais nos céus além dos jatos e balões. Acredito que existe um plano maior para nosoutros.
Um plano de quem? Que tal Deus?
Por que não? Dependendo da sua fé, você vai concordar comigo. Se for muçulmano vai dizer: Ala Akbar! Esse cara é dos nossos, vou convidá-lo para lutar na Síria ao nosso lado, quem sabe ele vai ser um novo califa.
Se for um católico vai achar que abjurei ao paganismo e estou voltando com o rabinho entre as pernas ao seio da Santa Madre Igreja. Nada disso, continuo mantendo uma distância segura das religiões, mas amigos e amigas, as evidências apontam na direção de algo muito mais incompreensível que nós raça humana. Como se explica ainda estarmos aqui, e não haver nenhum sinal próximo do nosso aniquilamento? Posso queimar a língua, se o tal planeta Nibiru chegar mesmo de surpresa dizendo: "Não contavam com a minha astúcia…"
Começo a desconfiar que existe uma mão invisível que afasta de nós a sombra da destruição, ou pelo menos adia.
Pode ser que haja um Plano maior para nós simples lagartas, de quem nem nos mais delirantes sonhos desconfiamos. Como pode uma raça de macacos pelados tão frágeis (mas com um baita cérebro, é verdade) chegou até aqui, contra todos os prognósticos, sendo os lobos de si mesmos, e predadores insensatos de seu próprio habitat?
Eu não sei responder a essa pergunta, mas tudo aponta para o alto, para o éter imponderável, ou se quiserem para um Deus que ainda nos quer por aqui.
Observem a história da humanidade e da relação com o planetinha, observem com a cuidadosa lupa da lucidez e do conhecimento imparcial. Tivemos várias armadilhas desmontadas, quantos apocalipses simplesmente não aconteceram, ou foram desviados por uma mão invisível. Claro já estou pensando nos argumentos mais céticos que dirão: Roberto, temos só cem mil anos como hominídeo, cerca de vinte mil como "humanidade" e menos da metade como civilização, contra quatro bilhões de anos de planeta Terra. Ainda nem chegamos aqui e já paira sobre nós o espectro do juízo final." Pode ser que o meu contestador tenha toda razão (e na verdade tem sim), mas vejo os sinais!
Você não acha estranho a presença do "quase"? Estamos escapando por pouco, da gripe espanhola, ao inferno nuclear da década de 70. Com as megatoneladas de dioxina jogadas no ar, era para estarmos todos sufocando ou desenvolvendo aqueles tumores do tamanho de melões. Vejam como os indianos sufocam seus rios onde se banham e bebem – o Ganges então coitado – e ainda assim existe um bilhão de indianos. Será a mão de Krishna ou de Brahma?
Hitler, Mao, Stalin e Pol Pot juntos exterminaram quase cem milhões de seres humanos, game over para eles, mas nós ainda estamos aqui e … crescendo.
A gripe aviária o tal do Sahrs seria o nosso fim, não foi, o Ebola, seria o nosso fim, não foi. Tem mais alguma na fila? Não será o nosso fim, e por quê? Porque tem algo no andar de cima que nos quer por aqui, não me pergunte por quê.
Pode ser que a mesma mão que detém a destruição em massa que decretaria o nosso fim, ou quase, foi aquela que nos laboratórios celestes nos criou, assim como criou outras civilizações, em outras galáxias distantes.
Os místicos vão achar o meu argumento matéria requentada para eles que sabem tudo de todos os mistérios. Os céticos vão sorrir com o sarcasmo de quem sabe tudo que a Ciência atesta e contesta. Os religiosos vão se indignar pela minha visão de um Deus não antropomórfico e que não pode ser manipulado nem chantageado, nem tão pouco ofendido pelas nossas sandices. Os ambientalistas podem me achar um provocador perigoso, pois dizer que Deus está livrando a cara da humanidade irresponsável, pode incentivá-la a continuar a ser irresponsável e adiar ou esquecer a intervenção para parar de machucar o planeta.
Todos estão certos (perceberam a ironia?). Mas ainda acredito que somos um brinquedinho de Deus, e que Ele ou Ela, ainda não se cansou de brincar conosco. Ainda bem, espero que continue a gostar da brincadeira, afinal tenho dois netos bem pequenos que ainda querem brincar muito nesse quintal chamado Terra.