Se você sente raiva e enxerga quem pensa diferente de você como um inimigo, saiba como respeitar divergências sem ter que destruir ninguém
No nascimento, nos separamos de nossa fonte de vida bruscamente, com o corte do cordão umbilical. Até então, vivemos numa absoluta simbiose com a mãe que nos gerou e subitamente nos sentimos separados, isolados e ameaçados em nossa sobrevivência; temos que respirar pela primeira vez e nos sentimos frágeis. Ao retomarmos o contato com o corpo da mãe, encontramos novamente a sensação de paz e segurança. Este registro do risco de estar separado, isolado e ameaçado, faz com que passemos a vida buscando pertencer, fazer parte de um todo que nos faça sentir seguros.
Polarização: por que se formam tribos e grupos que se opõem ou, até mesmo, se odeiam?
Analogamente, ao longo da vida, a força dos grupos se faz presente como grande influência no pensamento da Criança. Para ser aceita e pertencer, ela adota os valores de um grupo, muitas vezes sem avaliar detalhes, para se sentir segura, amparada pela identificação com os demais.
Assim, se formam tribos diferentes e para se manterem coesas, encaram tudo o que diverge como inimigo dessa segurança, como uma ameaça à sua união.
Quando reconhecemos nossa capacidade individual, nossas habilidades, nossa autonomia, podemos avaliar nossos desejos e opiniões sem ter que concordar com algo que é imposto de fora para dentro.
O grupo se transforma numa referência, mas eu me permito mudar de ideia a partir dos acontecimentos do presente, com flexibilidade, sem a necessidade de me esconder nesse grupo. Assumo minhas posições, sem ter que agradar ou me defender de ninguém, porque não sou vulnerável.
Confio que posso ser um indivíduo e me manter em segurança. Por isso, posso respeitar divergências sem ter que destruir ninguém.
O ego Adulto e o ego Parental fornecem confiança à Criança que se manifesta plenamente em sua essência.
Expressando nossas diferenças, podemos enriquecer nossas experiências sem precisar destruir ninguém.