Raiva no amor: como lidar?

Os sentimentos de raiva e rancor são frequentes nos conflitos conjugais. Eles podem ser grandes obstáculos e inimigos atrapalhando a sua chance de reconstrução afetiva e conjugal.

O amor é um sentimento maravilhoso e fundamental para a existência de todos os relacionamentos. Mas ele por si só não basta para que uma relação se sustente de forma saudável. Existe um conjunto de sentimentos que favorece o amor na relação e faz com que a conjugalidade perdure e tenha longevidade. Alguns componentes importantes são: a confiança, a cumplicidade, o afeto, a amabilidade, a gentileza, a reciprocidade… 

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Conflito é diferente de briga 

O ato de se relacionar nos leva a termos conflitos. É impossível se relacionar e não haver conflitos. Faz parte do conviver. Conflito é diferente de briga. Um conflito mal-administrado levará a uma briga e, consequentemente, a uma desavença conjugal. Assim, aprender a manejar e a regular as emoções negativas que aparecem é essencial para gerenciarmos as crises. 

Mas vamos falar de dois sentimentos difíceis de administrar numa relação e que surgem devido a um conflito mal-administrado: a raiva e o rancor. 

Sentir raiva não quer dizer que você não ame mais a pessoa. Podemos, sim, sentir raiva de quem amamos. Muitas vezes, nesses momentos, quando estamos movidos pela raiva, as palavras ditas não revelam a verdade do coração.

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Os sentimentos de raiva e rancor são frequentes nos conflitos conjugais. Eles podem ser grandes obstáculos e inimigos atrapalhando a sua chance de reconstrução afetiva e conjugal. Isso, caso você não consiga regular e gerenciar essas emoções que tomam conta da mente na hora do gatilho do conflito ativado.

Qual é a função da raiva na nossa vida? 

A raiva é uma emoção primitiva e temporária. Ela cria dentro de nós um impulso para agirmos, aumentando a nossa energia interna levando a um movimento de ação e mudança. A raiva aciona em nós uma força vital para reagirmos. No entanto, quando ela está ativada, não conseguimos ser seres empáticos e nos abrirmos para ouvir o outro nesse momento.

Enfim, precisamos aprender a conviver com essas emoções que irão sempre aparecer e nos visitar quando os conflitos surgirem. Atualmente, temos muitos recursos que ajudam os casais e as pessoas, de uma forma geral, a desenvolverem técnicas de regulação emocional e gerenciamento das emoções. Dessa forma, elas favorecem a convivência e o bem-estar conjugal e familiar. A busca pela psicoterapia aumentou, consideravelmente, nesses últimos anos, pois é num processo de psicoeducação e aprendizagem que a pessoa desenvolve o autoconhecimento e se torna mais resiliente.

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Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online