por Karina Simões
A humanidade insiste em contar estórias infantis. A Branca de Neve e a Cinderela ao final encontram seu único príncipe encantado. A Bela Adormecida é acordada e salva por seu príncipe e assim cada uma segue em seu final feliz.
Esses contos constroem crenças, como por exemplo, a do amor idealizado que coloca a mulher numa atitude passiva à espera de um príncipe encantado, que a salvará de todos os perengues da vida.
Por outro lado, onde estão os livros ilustrados com novas versões da vida atual?
Livros que nos mostrem madrastas boas e competentes e padrastos empenhados numa nova relação com seus enteados?
Afinal, é preciso dar crédito às pessoas que reconstroem suas vidas e ao recasamento: trata-se da família mosaico. Nessa nova realidade, a mulher precisa estar preparada para encarar: os meus, os seus e os nossos filhos.
10 dicas para equilibrar a relação na família mosaico:
1ª) Tenha interesse e carinho sincero pelo(a) enteado (a);
2ª) Através do diálogo, defina com clareza o papel de cada membro dessa nova família;
3ª) Preserve o papel dos pais dos enteados;
4ª) O lugar da mãe (ou do pai) é fundamental, não tente ocupar jamais;
5ª) Não faça distinção entre os filhos: os meus, os seus e os nossos;
6ª) Agregue todos os filhos, é sempre a melhor opção inicial; caso não dê certo, será necessário um remanejamento para ver quem mora com quem;
7ª) Controle o ciúme que porventura venha aparecer;
8ª) Respeite o tempo e o limite da criança e/ou adolescente na aproximação;
9º) A madrasta (ou padrasto) não deve representar uma ameaça e sim uma sensação agregadora;
10ª) Cuidado para não transferir ressentimentos e culpas da relação passada para esse seu novo relacionamento.
O papel da mulher nesse recasamento ou família mosaico não é apenas de madrasta, mas sim, de parceira na educação das crianças e adolescentes: meus, seus e nossos.
Assim, a princesa e o príncipe das estórias infantis e contos de fadas, encontram outros amores e reconstroem o conceito de “felizes para sempre”.
Eles são movidos pela vontade de criar uma terceira família com a seguinte ideia: recasamento é ser um, apesar de tantos envolvidos. Afinal, não basta estarem unidos, mas sim vinculados pela construção do afeto.