É difícil afirmar que uma relação virtual é mais frágil ou menos duradoura do que uma relação ao vivo e em cores; entenda
E-mail enviado por um leitor:
“Conheci uma mulher fantástica no Happn e nos sintonizamos em diversos aspectos. Estamos há um mês conversando no Whats App e ambos somos livres. Fui integralmente espontâneo em minhas declarações, percepções sobre ela e sobre essa ‘história que estávamos construindo de nos conhecer…’. Segundo ela, eu sou cara ‘muito elogiativo’. Só não marcamos um encontro, pois ela está a 500 km de distância. Havia uma reciprocidade entre um procurar o outro no Whats App. Mas percebi de uns 10 dias para cá, que as iniciativas de procurar – mesmo acenar um simples bom dia – partiam só de mim. Um amigo me disse que é por conta desse meu lado de expor sentimentos e que com isso ela estaria ‘se achando’, que eu deveria ser mais contido nessa minha atitude e parar de tomar a iniciativa de procurá-la. Com isso, ela não entrou em contato mais. Fico pensando… e as centenas de horas em que ficamos conversando… onde foi parar tudo isso? Uma relação virtual na prática é um nada? Os laços são virtuais, os sentimentos são virtuais e frágeis? E, por conta dessa fragilidade, tudo pode mudar RADICALMENTE de um segundo para o outro, como muda a direção do vento? Até os adultos (maduros) precisam ‘jogar’ na hora da conquista? Achei que isso era coisa de adolescente.”
Resposta: Caro leitor, a sua pergunta traz uma queixa que escutamos muito no consultório no dia a dia. Atualmente os aplicativos de relacionamento são um dos principais meios para encontrar um par amoroso. Acredito que tanto na vida virtual quanto na vida real, não podemos levar tudo ao pé da letra. O fato de trocar mensagens assiduamente não é um contrato de relacionamento. O que realmente vale para embarcar numa troca de centenas de mensagens, é descobrir qual é o real interesse da pessoa que responde as mensagens. Isso facilita muito a possibilidade de escolher o próximo passo da relação.
Não podemos negar que os aplicativos de mensagem trouxeram uma facilidade no dia a dia, não existe um tipo de mensagem e nem a quantidade de mensagem que comprove o quanto alguém está interessado amorosamente por você, mas essa rapidez de trocá-las faz criar essa sensação.
Fique atento: quando a via de mão dupla virou via de mão única?
Mas uma coisa é fato: quando a via, que era de mão dupla, começa ser de mão única, é porque algo está acontecendo. Como em qualquer relacionamento tanto virtual quanto real as pessoas podem deixar de ter interesse pelos outros, talvez na vida real a pessoa sinta a necessidade de avisá-la pessoalmente, mas, na vida virtual, muitas vezes basta simplesmente não responder mais as mensagens.
É difícil afirmar que uma relação virtual é mais frágil ou menos duradoura do que uma relação ao vivo e em cores, até porque vivemos nos dois mundos (virtual e real) o tempo todo hoje em dia. Uma boa dica para ambas situações é dizer e principalmente escutar o que o outro deseja dessa relação. Fique atento aos sinais que aparecem tanto na vida real quanto na virtual do desinteresse do outro, como diminuir a frequência de trocas de mensagens e frieza nas respostas. Percebendo estes sinais, você pode se sentir mais preparado para o que der e vier. Mas não fique paranoico! Não desanime, logo aparecerá alguém disponível para embarcar em uma relação amorosa com você.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.