Por Karina Simões
Como sempre me refiro, meu consultório é um “laboratório” textual e de vida. É de lá que me inspiro, muitas vezes, para escrever minhas colunas.
Diante da alta demanda na minha escuta clínica, não poderia deixar de alertar sobre o tema em questão: relacionamento abusivo, você sabe identificar?
Relacionar-se não é fácil. Nos dias de hoje com as interferências externas das redes sociais, cada vez mais presentes nos relacionamentos, tem se tornado um desafio diário para o casal aprender a conviver. O relacionamento abusivo muitas vezes se camufla de um “relacionamento protetor”, mas esse disfarce não costuma durar. Logo começa a aparecer sinais do quanto abusivo pode ser. O jogo de controle, o ciúme, a violência psicológica e física dentre outras características descrevem um relacionamento abusivo.
Todo o processo abusivo é crescente. Cada vez mais a necessidade de controlar o poder sobre o outro vai ganhando espaço se não houver a devida interrupção.
Uma boa forma de ver sinais de abusos é perceber o que é possível para uma parte não é para outra. A desigualdade de comportamentos e ações entre um e outro (casal) pode ser um sinal de controle fruto de uma “autoridade” abusiva. A aceitação à submissão precisa de uma atitude que não é fácil de romper. O medo controla a situação e faz da vítima refém das atitudes que geram danos psíquicos incalculáveis. Por isso não é fácil romper, e logo se estabelece uma relação de sequestro emocional.
O sofrimento de um dos dois envolvidos é a medida de aferição para observação e indicação do abuso na relação.
Aponto alguns sinais de alerta de um relacionamento abusivo: ciúme excessivo, chantagem, ar de superioridade, promessas feitas constantemente de perdão e privação como punição por algo.
Enfim, se você tem vivido algo parecido, ou conhece alguém com essas características de relacionamento, é indicado que procure ajuda de um profissional de psicologia urgente, com experiência em casais e mediação conjugal. Como nos disse certa vez o dramaturgo espanhol Jacinto Benavente (1866-1954): “onde há amor não há sacrifício”.
Fica aqui meu pedido de alerta!