por Sandra Vasques
“Estou casada há l5 anos e 6 meses. Meu casamento virou uma rotina principalmente na minha relação sexual. Queria reverter esse quadro.”
Resposta: A rotina é útil em várias situações da vida, mas com certeza para a vida sexual é péssima. Claro que quando descobrimos um jeito organizado, prático e eficiente de conduzirmos nossos atos no dia a dia, isso economiza tempo de planejamento e garante o sucesso. Quando saímos de casa para ir ao trabalho, pegamos o mesmo caminho, ou no máximo um alternativo se existe um grande congestionamento pelo habitual.
E assim é com várias outras coisas que fazemos todo dia ou quase. Nem precisamos mais pensar, é só ligar o piloto automático.
Quando fazemos isso com o sexo, podemos até garantir um certo sucesso, a obtenção do orgasmo, um certo prazer. Mas, que sem graça! No início do relacionamento, vive-se um tempo de descobertas, em que não se sabe que carícias farão sucesso, que limites e possibilidades o outro tem. Tudo parece muito estimulante. O casal se dedica a estar atraente, a garantir um ambiente estimulante, a introduzir novidades. Tudo com o objetivo de conquistar e manter o outro. No entanto, para a maioria dos casais, quando parece que a conquista está consolidada e se descobriu o caminho que leva um e outro ao prazer, o sexo entra para o esquema de piloto automático.
Por que o casal entra no piloto automático?
O que colabora para isso são as inúmeras obrigações que vão ocupando a vida de um casal unido por longos anos, filhos, trabalho, cuidados com a casa, pagamento das dívidas, problemas familiares. Enfim, o casal, vai se esquecendo que é necessário reservar mais que vinte minutos no final do dia, se é que são vinte…. para um encontro rapidinho. Os dois, em geral, estão cansados e pouco estimulados e o sexo acontece, quase sem que os dois se dêem conta de com quem e como estão transando!
Para sair do piloto automático, em primeiro lugar é preciso fazer o que você fez, se dar conta do que está acontecendo e querer mudar. Conversar com o parceiro sobre a insatisfação com o ritmo da vida sexual, mas deixando claro que não se trata de acusação e sim de uma vontade de descobrir outro jeito dos dois passarem a viver a vida sexual de um jeito mais prazeroso. É preciso que os dois voltem a se olhar no papel de amantes. Isso exige que cada um individualmente se sinta interessado a fazer as mudanças necessárias.
Será que vocês ainda se arrumam de maneira especial um para o outro? Vocês precisarão aprender a se redescobrir, a evitar os velhos caminhos, a se olhar e se tocar de maneira curiosa. Afinal, no decorrer do tempo vamos mudando, acrescentando idéias novas e excluindo outras, e tantas vezes nosso par nem sabe disso! Também é uma boa ideia deixar a fantasia fazer parte do pensamento de vocês e do relacionamento. Para isso, podem contar com a ajuda de filmes e livros com conteúdo erótico, que tragam novas ideias. É claro que nem todas as fantasias a gente realiza, mas isso não significa que não possamos contar com elas como um estimulante.
Dedique tempo para o encontro sexual
É muito importante começar a dedicar um tempo especial para o encontro sexual. Nada de ir para a cama quando já estiverem com sono e deixar que o sexo só comece quando estiverem lá. Comecem a dar dicas de seu desejo bem antes do momento da transa, um recadinho picante pelo celular quando o outro ainda está no trabalho, um beijo roubado quando ainda estão preparando o jantar, uma passadinha de mão, um olhar mais sensual, uma lingerie nova, um presente sugestivo. Enfim, comecem a reintroduzir o sexo de um jeito diferente na vida de vocês, com um conceito diferente, como uma brincadeira gostosa, um jogo estimulante. Então você verá que a rotina não terá mais espaço, porque será muito gostoso ficar esperando pela próxima vez e desejando que aconteça.
Desse jeito, vocês conseguirão driblar a rotina e conciliar todas as tarefas da vida do casal. Afinal, nem é necessário que a freqüência seja intensa, porque a qualidade do encontro é o que vai realmente importar e garantir o prazer da vida a dois!
ATENÇÃO: As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento