por Tatiana Ades
Fiz um acordo com um aplicativo conhecido de encontros e paqueras, para testarmos o grau de inibição de homens e mulheres e como uma conversa se desenvolve online.
Foi uma experiência bem interessante, criei um perfil feminino e outro masculino.
Percebi que as mulheres são muito menos inibidas e se tornou o papel delas o de “ir à caça”, seduzir e convidar para sair.
O meu perfil feminino começava uma conversa e essa logo era silenciada.
Observando a forma como as mulheres agiam com o perfil masculino, resolvi usar de mais ousadia e funcionou. Os homens estavam esperando ser abordados e conquistados.
Confesso que fiquei bem indignada com a inversão de papéis.
Não acredito que seja apenas a função do homem a de conquistador, mas creio sim, que há instintivamente na espécie humana o desejo masculino de seduzir e o feminino de ser seduzida. Podemos trocar valores, culturas e épocas, mas não podemos deixar de refletir sobre o impacto emocional que isso causa nos seres humanos.
O resultado dessa inversão, ao meu ver, é uma sociedade carente de afeto e de conquistas, regada a encontros casuais, acreditando inconscientemente que esses são suficientes, mas no fundo , homens e mulheres estão numa batalha interna, que descrevo como um enorme buraco negro.
Esse buraco negro, busca por atenção, carinho, afeto, mas não sabe mais como agir. Por isso, cada vez mais, se torna ainda maior e recebe em seu interior sentimentos que reagem ao oposto do instinto, por isso a reação é ausência e sofrimento.
Precisamos reequilibrar a nossa cultura amorosa e sexual, reaprender a querer ser conquistada e conquistar, reaver valores e limites e pensar sempre:
– O que eu estou fazendo é realmente o que quero ou de certa forma me autoboicoto?
O inconsciente nos faz escravos de diversos autoboicotes, sem perceber agimos por impulso e acabamos machucados.
O amor precisa ser reinventado senão se extinguirá!