Ser louco: vibre na leveza, na alegria e no amor   

Se você já se sentiu ao menos um pouco “louco”, olhe ao redor, para o mundo em que você vive, e sinta comigo este texto

Os “loucos” são aqueles entre nós que se elevarão, com insuspeitada graça, para além dos ventos da ignorância que varrem nosso planeta.

Os loucos são os que acreditam mais em seus corações do que nas televisões. São os que questionam a realidade que nos é imposta pelos escuros guardiões dessa prisão chamada realidade.

Os loucos, como as crianças, em sua pureza de coração, são os que conseguem olhar através dessa cortina de fumaça que tem anestesiado a maior parte de nós.

São eles, os loucos, que apesar de tanta escuridão, são capazes de continuar acreditando na luz.

Os loucos são os que começam projetos inspirados por sopros de intuição, e os põem em andamento, mesmo sem ter a mínima ideia de como chegarão ao final.

Os loucos são os “sãos” neste mundo em que cegos querem guiar multidões, em que os surdos, acreditam poder criar palavras de ordem.

Os loucos são outro tipo de cegos e surdos. Enxergam mesmo no escuro e ouvem em meio ao silêncio, mas não querem controlar ou dominar ninguém. São os que morrem vivos, ao contrário dessa massa de pessoas ditas “sãs”, que não precisam da morte para morrer.

Ser louco: me livre de ser normal

Todos os dias, ao acordar, rogo para que essa “força maior que tudo criou” me livre de ser normal.

No passado eu já me ressenti de não ser compreendida, de ser chamada de louca. Hoje, tomo como um elogio. Saiba… Você não está só. Nenhum louco jamais está só.

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Conforme vamos caminhando nessa jornada de autoconhecimento, nossos olhos vão sendo abertos de uma forma antes inimaginável. É muito poderoso.

Hoje vejo coisas e relações que eu não via há tempos atrás. Nem mesmo quando alguém amado e mais sábio tentava me mostrar o mundo que existia por trás dessa “fachada de mundo” que chamamos de realidade, eu era simplesmente INCAPAZ de ver o que estava bem diante de meus olhos.

Sim, foi EXATAMENTE assim comigo. Eu ouvia certas coisas, fazia cara de paisagem enquanto quietamente, lá dentro de mim, pensava: “Nossa, essa pessoa deve estar louca”.

Não deixa de ser engraçado hoje me ver acreditando e experienciando coisas que um dia pareceram um filme de ficção científica.

Escrevo isso pois quando tento hoje compartilhar um pouco do que vejo, e o outro faz “cara de paisagem”, posso compreender.

Sinto carinho. Já fui assim.

Acredito que devemos oferecer o que temos a dar… Mas aprendi (com certo sofrimento, confesso) a perguntar antes de sair ofertando o que creio ser minhas mais preciosas pérolas: “Você quer ouvir o que penso sobre tal e tal coisa?”

Se a pessoa se abre e eu sinto que essa abertura é real, arrisco compartilhar ao máximo, respeitando o fato de que cada um ouve dentro do seu limite perceptivo. (Eu mesma estou incluída nessa verdade). Algumas verdades ainda são muito desafiadoras.

Se vejo que a pessoa quer se abrir, mas ainda não está pronta, espero seu tempo. Ou vou ofertando “minha visão” a conta-gotas.

Percebam que eu não tenho “a verdade” para dar a ninguém, posso apenas compartilhar o que sou capaz de ver daqui onde estou. A mim basta a possibilidade de trocar livremente.

Quando conseguimos fazer isso juntos, chegamos mais perto da verdade. Mas se a pessoa é totalmente refratária, simplesmente me retiro, pois a interação fica muito difícil quando é assim. A verdade é que, nesse caso, embora lado a lado, habitamos mundos diferentes. Esses relacionamentos não têm como se manter. Vão se esvaziando, até que pouca coisa sobra. E tudo bem.

Haverá um tempo em que nos reencontraremos todos.

É Psicóloga Clínica, atua numa abordagem transpessoal. Seu trabalho é direcionado a favorecer o autoconhecimento e a transformação das crenças limitadoras que nos mantêm aprisionados a padrões repetitivos de escolhas. É escritora, publicou 'Gente que mora dentro da gente' e o best-seller 'Palavra de Criança' pela editora Pensamento