Será que fiquei com o vício em usar o vibrador?

O vício em usar o vibrador pode ocorrer sim. Assim, para além do uso de acessórios sexuais, temos que integrar a capacidade erógena do corpo todo com o potencial erótico imaginativo…

E-mail enviado por uma leitora:

“Só consigo gozar usando o vibrador… E isso há uns dois anos. Estou precisando aumentar a intensidade da vibração para obter o mesmo prazer de antes e o tempo da masturbação está se prolongando… Fico meio ansiosa com a possibilidade de a pilha acabar… Isso pode sinalizar que estou ficando viciada? O que eu faço hein? Muito obrigada”

Por que ocorre o vício em usar o vibrador?

Resposta: O vibrador é, sem dúvida, um acessório que pode beneficiar a mulher na experiência de orgasmo. Todavia, esse prazer sexual obtido de forma única e mecânica pode perder o seu efeito recompensador levando à necessidade cada vez maior do aumento da potência do estímulo.

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Além disso, o vibrador provoca uma estimulação localizada e controlada pela mulher podendo sim torna-se um condicionante para essa experiência de prazer. Mas, fatores emocionais perturbadores ou distratores (“e se a pilha acabar…”) também podem interferir no prazer ou até bloqueá-lo.

Assim, para além do uso de acessórios sexuais, temos que integrar a capacidade erógena do corpo todo com o potencial erótico imaginativo, que funcionam como combustível para a excitação.

O orgasmo é uma experiência que envolve a conexão do corpo e da mente, seja a sós ou na relação com o parceiro(a).

Do mesmo modo, é necessário experimentar o prazer de várias formas para explorar muitas sensações, e revezar o sex toy com a estimulação manual pode ser uma delas. Outra, por exemplo, é experimentar os *bullets que estimulam o clitóris e permitem sensações intensas de excitação.

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Para finalizar, não aposte as suas fichas numa única forma de estimulação sexual, pois todas as formas de prazer servem de meio e não de um fim em si mesmo para a sua satisfação sexual.

*O bullet é um minivibrador para massagear o clitóris.

Atenção!
Esta resposta não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.

É Psicóloga Clínica, Terapeuta Sexual e de Casais no Instituto H.Ellis-SP; psicóloga no Ambulatório da Unidade de Medicina Sexual da Disciplina de Urologia da FMABC; Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; epecialista em Sexualidade pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana – SBRASH; autora do livro “Mulher: produto com data de validade” (ED. O Nome da Rosa) Mais informações: www.instituto-h-ellis.com.br