Várias são as nuances que envolvem a definição de outsider, como por exemplo, aquele que não se enquadra na sociedade, que vive às margens das convenções e determina seu próprio estilo com base nas suas crenças e valores.
O indivíduo que se autodefine outsider adota uma prática que o apresenta como alguém que está a longa distância da hipocrisia social. Uma pessoa que não se encaixa em algum grupo da sociedade e não faz questão de pertencer a nenhuma turma ou qualquer ambiente caracterizado pela coletividade. É comum a existência de outsiders em nichos tais como a política, o meio tecnológico e o estético. Este último, cito como exemplo pessoas que nutrem admiração por seus ídolos a ponto de buscarem recursos – inclusive por meio de cirurgias plásticas – que os aproximem de sua aparência ou modo de vida.
Em um momento no qual qualquer indivíduo pode se tornar celebridade, a ideia de que “ninguém precisa ser igual” soa, para muitos, um interessante modelo de vida.
Por que a feroz necessidade de ser aceito
O senso de unanimidade desconsidera diferenças e vieses etnocêntricos, mas, por outro lado, leva a sério a feroz necessidade de ser aceito, bem quisto, querido.
A mídia e a publicidade favorecem, certamente, um estilo de vida no qual o gosto e jeito de ser são coniventes ao consumo comum, fabricado em larga escala para atender a demanda desenfreada.
Temos, ao mesmo tempo, a mentalidade pautada na mediocridade, numa identidade neblinada, e aqueles que funcionam de modo único, peculiar.
Para que haja outsiders é preciso que haja insiders
Mas existe uma preocupação: a diversidade é tão necessária quanto a padronização. Para que haja ousiders é necessário haver insiders. A necessidade de negociar o próprio jeito de ser para pertencer a algum grupo é tão antiga quanto a existência humana, alterando somente a forma de manifestação.
Sendo alguém que transita de modo particular ou sendo simplesmente um entre tantos, entre milhões, penso que imprescindível mesmo é conhecer a natureza das suas motivações mais significativas, ser coerente consigo e honrar a possibilidade de ser cada vez melhor, de preferência, não só para si.