Será que tive um ataque de pânico?

por Eduardo Ferreira Santos

"Passei mal no trabalho, nunca tinha passado por algo parecido, foi a primeira vez: fiquei com falta de ar e de repente meu coração acelerou, achei que estava tendo um ataque cardíaco, fiquei desesperada e colegas me levaram ao pronto-socorro, onde foi feito exames, tipo eletrocardiograma, que não acusaram nada. O médico na ocasião pediu para que eu fosse ao cardiologista. Gostaria de saber se foi uma crise de síndrome do pânico"

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Resposta: Nessa vida agitada e cheia de imprevistos e exigências que a maioria das pessoas têm vivido, desencadeia um estado de ansiedade, de estresse, pouco perceptível habitualmente, a não ser por uma sensação geral de fraqueza e cansaço que quase passa despercebida.

Esse estado de estresse cotidiano, no entanto, permanece reprimido como se fosse uma '"bola de borracha mantida dentro da piscina com as mãos" e, em dado momento de "descuido", no caso específico, sob uma exigência maior da vida, a bola pode escapar das mãos e "explodir" na superfície.

É assim que ocorrem os chamados "Ataques de Pânico" que, na verdade, por serem isolados, únicos, são caracterizados como "crise aguda de ansiedade".

Para que fique caracterizado um Transtorno do Pânico (o termo Síndrome do Pânico é usado popularmente, mas não é o nome correto) esses ataques têm que ocorrer com uma certa frequência, sem nenhum motivo aparente, sem nenhum "gatilho" que o desencadeie.

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Sintomas

O quadro clínico é o mesmo devido a uma súbita e grande descarga de adrenalina que leva à taquicardia (batedeira), broncoespasmo (falta de ar), tremedeira nas pernas (relaxamento muscular), sudorese e mal-estar generalizado.

Quando se avalia corretamente o quadro com exames clínicos e laboratoriais adequados (avaliação cardiológica completa) e não se encontra NENHUMA justificativa física para o quadro apresentado, só, então, podemos falar em "crise aguda de ansiedade" (se isolado) ou "Transtorno do Pânico" (se repetitivo).

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Podemos acrescentar que, de fato, a sensação física é mesmo assustadora e quase sempre acompanhada da impressão de "morte iminente", que é o que leva o paciente ao pronto-socorro.