Certas condições são essenciais para realizar essa fantasia; saiba

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“Fico meio constrangido em falar ou pedir. Mas tenho um enorme desejo de ver minha esposa transar com outro. Já até sonhei vendo ela com outro e eu do lado. Porém, não falei pra ela do sonho. Já propus isso a ela e ela brinca comigo dizendo que não precisa e que comigo está bom. Mas sinto que o desejo dela por isso é muito grande. Já pensei em fazer uma surpresa pra ela do tipo combinar com alguém. Enfim, pergunto se isso é loucura minha, ou o que está acontecendo comigo. Ou posso pensar em algo e nesse caso o que você sugere? Se possível me responda.”

Resposta: Durante o sono os nossos sonhos embalam os nossos conteúdos mais íntimos em cenas, muitas vezes, intensas e transformadas naquilo que desejamos (ou tememos) viver no estado de vigília. Neste estado complementar ao sono, o de vigília, nossas lembranças dos sonhos entregam para nós mesmos a relação que temos com as nossas fantasias que não correspondem, integralmente, aos acontecimentos que experimentamos no “mundo real”.

Sonho X realidade

Trocando em miúdos, o seu desejo de ver a sua esposa transando com outro homem é real, certo? Mas é preciso separar o sonho da realidade. Ou seja, você ainda não tratou, abertamente com a sua esposa, tudo que está se passando com você em relação a sua fantasia sexual, e pode estar misturando o que você sonhou, ou deduz de alguns comportamentos dela, com o que ela de fato sinta a respeito desse assunto. Portanto, não cabe a você pensar em fazer surpresas em uma situação que requer que ambas as partes estejam confortáveis e alinhadas para decidirem de comum acordo, seja lá o que for, para a vida íntima de vocês.

Vale salientar ainda que, o diálogo franco sobre os possíveis riscos dessa decisão e, principalmente, a segurança de que a sua esposa concorde expressamente em colocar uma terceira pessoa na relação de vocês, são mandatórios para a realização dessa fantasia sexual. Finalizando, a comunicação a dois é sempre essencial para qualquer situação que envolva, ou possa afetar, a outra parte da relação.

Atenção!
Esta resposta não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.

Margareth dos Reis

É Psicóloga Clínica, Terapeuta Sexual e de Casais no Instituto H.Ellis-SP; psicóloga no Ambulatório da Unidade de Medicina Sexual da Disciplina de Urologia da FMABC; Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; epecialista em Sexualidade pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana – SBRASH; autora do livro “Mulher: produto com data de validade” (ED. O Nome da Rosa) Mais informações: www.instituto-h-ellis.com.br