por Karina Simões
Tenho atendido em meu consultório muitas mulheres com sintomas de depressão pós-parto. Por isso, senti uma necessidade de esclarecer de forma educativa o tema.
Os sintomas podem ter início no terceiro dia a três meses depois do parto. E pode se prolongar por meses ou anos (até dois anos), caso não sejam tratados.
Sintomas como: choro, ansiedade, apatia, insônia, alterações do humor, dificuldades para concentrar-se, fadiga, baixa libido, culpa, sentimento de inutilidade, ataques de pânico, falta de sentimento pelo bebê e pensamentos de morte fazem parte do repertório do quadro.
Estudos apontam que a depressão pós-parto afeta uma em cada 10 mulheres.
Alguns fatores biológicos e emocionais/sociais influenciam e contribuem para a depressão pós-parto:
– Alteração hormonal (progesterona e estrogênio baixos);
– Falta de suporte emocional, familiar e social;
– Eventos da vida negativos durante a gravidez;
– Problemas pessoais com relação ao parto e à maternidade;
– Gravidez não planejada ou não desejada;
– Dificuldades conjugais.
O que fazer quando se instala a depressão?
– Busque ajuda de um psicólogo/psiquiatra e, confome o diagnóstico, reconheça (aceite) ter a depressão pós-parto e que tomar medicação adequada é necessário;
– Faça exercícios físicos regulares;
– Não se isole;
– Lembre-se de que a casa não precisa estar sempre impecável (pare de se cobrar);
– Peça ajuda e compreensão do companheiro.
O tratamento deve ser: psicológico, psiquiátrico e ginecológico. A maioria das mulheres manifesta o que se chama de “baby blues”, um quadro caracterizado por leve tristeza, ansiedade, irritabilidade, flutuações do humor e fadiga (sintomas de curta duração). Assim, são sintomas esperados e compreensivos que logo passarão.
Filhos de mães que tiveram depressão pós-parto podem apresentar problemas de ajustamento social na adolescência, maior propensão à depressão, apatia e abuso de substâncias, devido à ansiedade.
Na depressão pós-parto, sua manifestação clínica é igual a das depressões, ou seja, prolongada e incapacitante requerendo o uso de antidepressivos na maioria dos casos.
Ao suspeitar dos sintomas acima citados, procure ajuda de um psicólogo/psiquiatra, pois é de extrema importância para se ter um bom prognóstico.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracteriza como um atendimento.