Fico com muita ansiedade quando vou encontrar um date

A ansiedade é a antecipação de uma ameaça futura. No entanto, ela pode ser até uma aliada sua quando tiver um date; entenda

E-mail enviado por uma leitora:

“Sempre que vou encontrar com um novo date (sempre que tenho um novo date, não é?), fico insegura se ele vai aparecer, se ele vai gostar de mim… Mas caso ele goste, se a gente transar, será que o sexo vai ser bom? Será que vai dar tempo para que eu consiga gozar? Quando começo a pensar em tudo isso, fico muito ansiosa. Tem como acabar com essa ansiedade para poder ter um bom date?”

Resposta: Vamos começar pelos seus “serás” que podem estar levando você a ficar hiperfocada em cenas que imagina que um novo “date” possa vir a ser um desastre! O seu looping começa com o “será que ele vai aparecer” e vai até o desfecho imaginário mais dramático, caso ele apareça. Isso gera medo do porvir, não é? Resultado: quando você vivencia o jogo (ou “date”) pra valer já entra perdendo de 3X0, certo? E a cada novo jogo o ciclo ameaçador se repete da mesma forma.

Ansiedade e date: como lidar?

A ansiedade é a antecipação de uma ameaça futura. No entanto, a ansiedade, com intensidade e duração coerentes com a situação a enfrentar, possibilita que a pessoa se imagine num dado acontecimento, se prepare para a ação e responda adequadamente, a partir de crenças amparadas pela realidade. Ou seja, um novo “date” pode ser uma oportunidade e não um sacrifício.

Continua após publicidade

Você pode decidir ou não passar por essa experiência, mas uma vez que se disponha a se dar uma chance de conhecer alguém, coloque-se no modo “estou curiosa para viver essa experiência e ver o que pode rolar”. O que não dá é para querer adivinhar o que vai acontecer antes de experimentar o contato com um novo alguém.

Todo encontro permite que você conheça melhor o que aprecia ou não na outra pessoa e avalie se há disposição para avançar algumas casinhas nesse jogo. Caso decida continuar no jogo, a sua participação envolve cuidar do seu próprio prazer na intimidade sexual, até porque você não depende só da outra pessoa para o sexo ser bom nem tampouco do tempo dela para você gozar (você pode gozar antes, durante ou depois da outra pessoa). O seu envolvimento ativo nessa experiência é fundamental para você sair desse modo “será que ele vai gostar de mim” e protagonizar as cenas no processo de conhecimento mútuo que podem levá-la a situações bem-sucedidas em seus “dates”.

Atenção!
Esta resposta não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.

É Psicóloga Clínica, Terapeuta Sexual e de Casais no Instituto H.Ellis-SP; psicóloga no Ambulatório da Unidade de Medicina Sexual da Disciplina de Urologia da FMABC; Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; epecialista em Sexualidade pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana – SBRASH; autora do livro “Mulher: produto com data de validade” (ED. O Nome da Rosa) Mais informações: www.instituto-h-ellis.com.br