Por Margareth dos Reis
Resposta: Apesar da carga de preconceitos e discriminações em relação ao tema, a sexualidade está presente desde o nascimento até o fim da vida das pessoas, inclusive das que apresentam Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Ou seja, o autismo é um dos transtornos do quadro de TEA, no qual o despertar sexual também acontece. No entanto, dependendo do nível no continuum do espectro em que se enquadram as manifestações, que pode variar do mais severo até o mais leve, a expressão da sexualidade pode ocorrer em meio a comprometimentos mais intensos ou não, pois esse nível determina a qualidade de comportamentos referentes à socialização, à comunicação e à compreensão das próprias sensações; dentre essas, encontram-se as sensações que provocam a excitação.
Estratégia
Assim, a estratégia de familiares e cuidadores, nessa fase do desenvolvimento orgânico do adolescente com autismo, deve ocorrer de acordo com o seu nível de compreensão. Ou seja, variando desde a forma mais semelhante com a qual se educa o jovem sem autismo, preparando-o para as suas vivências sexuais, físicas e emocionais, por meio de explicações a respeito desse período para ajudá-lo a fazer uma transição para a vida adulta sem temores, até o manejo das manifestações sexuais inadequadas.
Neste caso, devem-se avaliar as condições e frequência com que o comportamento sexual inapropriado se manifesta e estabelecer um lugar e momento adequados para o adolescente com autismo exercer a atividade masturbatória, por exemplo. É importante mostrar e reforçar com palavras que ele pode ter esses momentos de satisfação, mas que precisa de lugar e ocasião apropriados para isso.
Além de facilitar a compreensão e expressão do comportamento sexual, o adolescente com autismo pode se sentir mais seguro com essa rotina que inclui, entre outros estímulos que ele precisa ter para ocupar o seu tempo com várias atividades, enfatizando-se a importância das atividades físicas, um tempo dele com ele mesmo em privacidade.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.