por Valéria Meirelles
Neste dia 20 de julho comemora-se o Dia do Amigo. Recentemente, brindada pela calorosa companhia de amizades especiais, refleti sobre a importância dos amigos na vida das pessoas, inclusive para a mulher atual. Para que termos amigos?
Pesquisas de grandes universidades européias e brasileiras mostram que ter amigos, ou uma boa rede social é fundamental à saúde de qualquer indivíduo.
Carlos Sluzki, famoso terapeuta familiar argentino, escreveu um livro dedicado exclusivamente à importância da rede social ao trabalho terapêutico. A Psicologia Social – através de nomes clássicos como Kurt Levin e Salomão Ash – também apresentou suas contribuições a respeito da importância de grupos na vida das pessoas.
De acordo com Sluzki, a rede social "É esse conjunto de seres com quem interagimos de maneira regular, com quem conversamos, trocamos sinais que nos corporizam, que nos tornam reais. De fato, essa experiência coerente no tempo e no espaço que constitui nossa identidade se constrói e reconstrói constantemente no curso de nossas vidas com base em nossa interação com os outros- familiares, amigos… e inimigos, conhecidos, companheiros, paroquianos, todos aqueles com quem interagimos. (…) Esses 'outros' enquanto coconstrutores, fazem parte intrínseca de nossa identidade".
Roberto da Matta, importante sociólogo brasileiro, mostra que para nós, brasileiros, a família e amigos se constituem verdadeiros valores, tanto que há um ditado popular: "Aos amigos tudo, aos inimigos a lei".
É típico de nossa cultura, o brasileiro abrir sua casa para aqueles com quem se identifica e prontamente classificá-lo como "fazendo parte da família", tamanha a força que a amizade representa em sua formação e constituição enquanto ser individual e social.
Seja como for, algumas funções da amizade são inquestionáveis como: companhia social e atividades pessoais (cinemas, festas, viagens, jogos); apoio emocional (quem nunca buscou um ombro amigo em momento de dor ou decepção?); conselheiro (trocas de ideias, busca de conselhos para se tomar decisões, apontar nossas falhas); ajuda material (seja para "dar uma forcinha" na mudança de casa ou em questões financeiras); acesso a novos contatos ou o famoso "networking", que aliás, neste mundo globalizado é fundamental ao desenvolvimento profissional e de carreira.
As amizades são essenciais para nossa sobrevivência psicológica, social, intelectual, afetiva e até física, porque, sejam de relações íntimas ou ocasionais, os amigos representam uma extensão e até um espelho que reflete uma parte de quem somos ou queremos ser. Pressupõem a existência de um vínculo que se estabeleceu através de uma troca, tendo como alicerce o respeito e admiração, matéria-prima de tão refinada construção.
Ou seja, as amizades se tornam partes importantes de nossa história, ao nos ajudar a organizar as experiências da vida, contando com uma grande vantagem: podemos escolhê-las.
Mesmo assim, costumo ouvir que a quantidade de verdadeiros amigos "cabem nos dedos de uma única mão". É que sempre existirão aqueles com quem nos identificamos mais e há maior possibilidade de trocas, o que não invalida a qualidade dos demais relacionamentos, apenas os diferencia.
Pense em como é bom ter além das amizades especiais para confidências mais profundas, uma série de pessoas ao seu redor para partilhar as várias possibilidades da vida.Enriquecedor, não?
A todos os leitores do Vya Estelar, incluindo a mulher atual, que é moderna, autônoma, escritora da própria história, ter amizades representa a construção de uma narrativa de vida mais diversificada e enriquecida com a participação de múltiplos olhares. Um verdadeiro privilégio. Feliz dia do amigo!