por Arlete Gavranic
Resposta: Todas as pessoas dirigem sua atenção e desejo para alguém que representa seu objeto de amor e eroticidade, isso é o que chamamos de orientação sexual. Se você dirige seu desejo para pessoas de sexo diferente do seu, você tem orientação heterossexual. Se o seu desejo é por pessoas do mesmo sexo que o seu, sua orientação é homossexual.
Pessoas que alternam seu desejo por ambos os sexos são bissexuais. Alguns predominantemente homossexuais, mas com atração de vez em quando por alguém do outro sexo, outros são predominantemente heterossexuais e tem atração de vez em quando por alguém do mesmo sexo.
A homossexualidade é apenas uma orientação sexual, não é doença nem ‘sem-vergonhice’, é apenas a manifestação do desejo afetivo sexual de uma pessoa.
Por que acontece? A pessoa nasce homossexual ou se torna durante a vida?
Resposta: Muito já se estudou sobre o assunto, mas ainda não se sabe. Muitos dizem se sentir homossexuais desde a infância, outros dizem que ‘despertaram’ para esse interesse na adolescência. Existem algumas leituras psicológicas sobre a interferência das figuras paterna e materna na infância como sendo significativas nessa formação de uma orientação sexual, mas não se pode dizer que foi o meio social ou a família que levou à formação dessa orientação sexual, até porque na mesma família outros filhos terão desejos hetero e foram criados no mesmo contexto.
Não é opção!!!
É errado afirmar que a homossexualidade é uma opção que a pessoa fez. Ninguém acorda de manhã e decide ‘vou ser homossexual’, essa orientação é da pessoa, aliás concordo que "… quase todos os homossexuais, se pudessem escolher, gostariam de ser heteros" como afirma Cláudio Picazio, autor de Diferentes Desejos: Adolescentes homo, bi e heterossexuais.
Digo isso, pois sabemos que apesar da vivência homossexual ser uma realidade, é repleta ainda de conflitos e sofrimento, pois há receio da reação familiar e do preconceito.
A única coisa que as pessoas podem escolher é se irão ou não assumir uma vida homossexual. Isso porque a orientação homossexual implica em desejo, atração física e emocional, mas assumir o comportamento homossexual com relações amorosas e/ou sexuais com parceiros do mesmo sexo, isso sim é uma escolha.
Sabemos que muitas pessoas devido a uma formação moral ou religiosa rígida, por receio de frustrar familiares ou pela condição profissional escolhem não assumir, ou adiar, uma vida homossexual. Podemos questionar se isso não é uma repressão, mas é sim uma escolha da pessoa em assumir ou não sua orientação na sua vida.
Ter atitude homossexual não faz de ninguém homossexual
É importante deixar isso claro! Muitas pessoas vivenciam na adolescência (e até na vida adulta) experiências homossexuais, há muitas brincadeiras entre amigos do mesmo sexo “o troca-troca”, a comemoração do futebol repleto de abraços e ‘passadas de mão’; o abraço de amigas que desperta desejo e pode gerar um ‘amasso’, o beijo, esses são apenas exemplos corriqueiros de fatos que podem e acontecem com frequência na vida das pessoas e não faz delas homossexuais.
Muitas pessoas podem na vida adulta experimentar a relação homossexual, mas não serem homossexuais. O que vai diferenciar se essa pessoa é ou não homossexual é ela perceber para quem está voltado o seu desejo erótico, quem desperta seu desejo, para quem ela olha e sente atração. Ter sonho erótico de conteúdo homossexual, tanto quanto a pessoa que experimentou uma vivência homo não faz de ninguém homossexual.
Mas apesar de tantas paradas gays, de falarmos sobre homossexualidade na sociedade, precisamos ainda nos liberar de pré-conceitos e entender que essa pessoa é muito mais que a sua vivência sexual. Ela é seu caráter, inteligência, camaradagem, tem medos e anseios, tem afetos, pode ser um (a) grande amigo (a), e que a homossexualidade é apenas a maneira de viver a sexualidade.