por Eduardo Ferreira Santos
Resposta: O termo BIPOLARIDADE vem ganhando grande popularidade e sendo aplicado de forma bastante incorreta pelas pessoas e até mesmo por profissionais da área médica-psicológica.
O conceito correto é o que se denomina como TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR, conhecido anteriormente como Psicose Maníaco-Depressiva (PMD).
Neste quadro, com inúmeras variações de sintomas e graus de severidade, observam-se períodos de grandes variações do “estado de humor” (difícil de definir, mas, em linhas gerais, seria algo como a disposição basal (explico abaixo) para se encarar a vida que apresenta períodos mais ou menos longos de DEPRESSÃO que se alternam com períodos de EUFORIA (mania), podendo ou não intercalar períodos de normalidade entre eles.
Habitualmente não há nenhuma causa aparente para o desencadeamento desses quadros.
É natural que todos nós tenhamos dias mais dispostos e outros nem tanto, mas sem caracterizar o TRANSTORNO em si, onde estas variações de humor são bastante severas e, muitas vezes, limitantes ao desempenho das atividades normais do cotidiano.
O que é ciclotimia?
O distúrbio mais comum de ocorrer é a chamada CICLOTIMIA, quadro em que coexistem períodos mais curtos de depressão, alternando com normalidade e euforia, podendo mesmo ocorrer esta alternância no decorrer de um único dia.
Disposição basal
O “estado de humor” (depressivo ou eufórico, ou ainda, o normal) é a base para os nossos sentimentos como a tristeza ou alegria ou indiferença que são respostas emocionais aos fatos do dia a dia.
Assim, por exemplo, uma pessoa em ESTADO DEPRESSIVO tende a sentir a vida de forma mais “pesada”, mais pessimista, com mais tristeza, maior dificuldade para viver a vida, enquanto uma pessoa em ESTADO EUFÓRICO (ou MANÍACO) tende, pelo contrário, a sentir-se mais disposta, mais otimista, mais agitada, com alegria imotivada e impulsos para compras e atitudes sociais inapropriadas.
Chamo à atenção para o GRAU de SEVERIDADE desses sintomas, pois no TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR tais comportamentos tendem a extrapolar toda a racionalidade levando mesmo a pessoa a praticar atos bastante agressivos (como suicídio, na depressão; e agressões físicas ou verbais exageradas, na euforia).
Enfim, em conclusão, no dia a dia, TODOS nós somos sujeitos a pequenas alterações do estado de humor, dependendo das circunstâncias que nos cercam, sem que isto caracterize qualquer tipo de transtorno.
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