Transtorno afetivo sazonal: você sabe o que é?

O Transtorno Afetivo Sazonal (TAS) é uma condição que causa variações de humor em determinadas épocas do ano, como, por exemplo, no fim do ano. Entenda suas características e como ele pode impactar sua vida.

Ele é caracterizado por sintomas depressivos, tristezas e crises existenciais, muitas vezes associados à diminuição da exposição à luz solar durante os meses de inverno (isto no caso de países frios onde o índice é altíssimo).

O TAS pode impactar o bem-estar emocional das pessoas nesse período, exigindo atenção especial e, em alguns casos, intervenções terapêuticas para minimizar seu impacto negativo.

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Transtorno afetivo sazonal no fim de ano

O Transtorno Afetivo Sazonal (TAS), no fim do ano, especialmente durante o Natal, pode ser atribuído a diversos fatores. No caso de países frios, a diminuição da exposição à luz solar durante os meses de inverno pode afetar o ritmo circadiano e a produção de melatonina, influenciando diretamente o humor. Para o nosso clima, por exemplo, analisamos e constatamos as pressões sociais e expectativas associadas às festividades natalinas, como reuniões familiares, confraternizações, presentes e celebrações, que podem criar estresse adicional para algumas pessoas, exacerbando os sintomas depressivos. As comparações sociais também podem desencadear sentimentos de solidão ou inadequação, contribuindo para o impacto do TAS durante essa época específica do ano.

Mencionamos também o principal fator que observamos na clínica:  o nosso cérebro trabalha de forma consciente e inconsciente. E neste momento de chegada de fim de ano, o cérebro começa a fazer o que chamo de “backup emocional”. Ele começa a refletir sobre: o que fiz, que metas alcancei, o que deixei de fazer e de mudar? Quem perdoei ou não? Quem magoei ou não…? E assim, segue enviando para a “nuvem” ou “drive” nosso conteúdo emocional armazenado. Tudo isso influencia no nosso humor de forma relevante, havendo um rebaixamento afetivo. 

Há uma frase do escritor Napoleon Hill (1883-1970, EUA) de que gosto muito e uso-a para finalizar esta reflexão: “Sou muito grato às adversidades que apareceram na minha vida, pois elas me ensinaram a tolerância, a simpatia, o autocontrole, a perseverança e outras qualidades que, sem essas adversidades, eu jamais conheceria.”

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online