Tratamento naturopático para candidose

por Gilberto Coutinho

A candidíase, também conhecida como candidose, é uma afecção (doença) aguda, subaguda ou crônica, causada por leveduras (fungos unicelulares) pertencentes ao gênero Candida, sobretudo por Candida albicans. A infecção acomete, principalmente, a pele (áreas úmidas) e as mucosas (boca, língua, vagina e prepúcio, quando o pênis não foi circuncidado) e se apresenta sob a forma de erupção de pequenas pústulas esbranquiçadas (lesões cutâneas caracterizadas pela elevação circunscrita da pele contendo pus).

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Em certas ocasiões, a cândida, levedura comum presente no organismo de todas as pessoas, pode também causar afecções (doenças) nas vísceras (digestivas, urinárias e cardíacas) e, inclusive, septicemias graves (conjunto de manifestações patológicas devido à invasão de germes patogênicos no organismo, por via sangüínea, provenientes de um foco infeccioso). Na maioria das vezes, a levedura é inofensiva no trato gastrointestinal. No entanto, eventualmente, ela pode multiplicar-se demasiadamente e ocasionar uma afecção significativa.

O crescimento excessivo da cândida, no organismo, pode ocasionar uma ampla variedade de sintomas, uma síndrome complexa conhecida como a da levedura ou candidíase crônica.

Observado, geralmente, após o tratamento com antibióticos (principalmente, tetraciclinas), o “sapinho” é uma candidose caracterizada pelo desenvolvimento de leveduras sobre a língua, mucosa bucal e laringe, na forma de placas brancas e pastosas. A proliferação excessiva de cândida no trato gastrointestinal é mais comumente associada ao uso crônico de antibióticos (de amplo espectro), como também de corticosteróides, drogas antiúlceras, contraceptivos orais (para o controle da natalidade), deficiência e ausência das secreções digestivas e ao consumo excessivo de carboidratos e açúcar na dieta. Os antibióticos matam as bactérias benéficas que ajudam a controlar a proliferação da Candida albicans. Por tal razão, deve-se fazer o uso terapêutico de lactobacilos acidófilos para se refazer a flora intestinal.

Os principais sistemas fisiológicos mais sensíveis à levedura são: gastrointestinal, geniturinário, endócrino, imune e nervoso. Alguns tipos de alergias encontram-se também associadas ao crescimento excessivo da cândida.

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Prevenção

As medidas preventivas incluem o exame para diagnóstico precoce da candidíase vaginal durante o terceiro trimestre da gravidez, para se evitar infecção neonatal, e as culturas de material colhido na boca de lactentes nos dois primeiros dias de vida, para isolar os bebês doentes e evitar epidemias de candidíase bucal em berçários.

Tal afecção, quando crônica, pode agravar outras condições clínicas: urticária, síndrome do intestino irritável, psoríase, AIDS e depressão.

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As pessoas acometidas por candidíase crônica apresentam sintomas diferentes, devido a fatores como idade, sexo, resistência do hospedeiro, imunidade, hábitos alimentares etc. Perfil de um paciente portador de candidíase crônica – mulher adulta (dos 15 aos 50 anos).

Sintomas: fadiga crônica, perda de energia, mal-estar geral, libido diminuída, sapinho na boca, eructação, gases e cólicas intestinais, prurido retal e função intestinal alterada, infecções vaginais por leveduras, infecções recorrentes da bexiga (cistite), distúrbios menstruais, irritabilidade, depressão, incapacidade de concentração, imunidade baixa, alergias e sensibilidades químicas.

História pregressa: infecções vaginais crônicas por leveduras; uso freqüente de antibióticos para infecções ou acne; uso de anticoncepcionais orais; uso oral de hormônio esteróide. E outras condições: síndrome pré-menstrual, sensibilidade alimentar (a produtos químicos e a outros alérgenos), distúrbios endócrinos, psoríase, síndrome do intestino irritável etc.

Em geral, o diagnóstico de candidíase não é muito fácil, envolve cultura de fezes para a cândida ou níveis elevados de anticorpos contra essa levedura. A candidíase não é uma doença de transmissão exclusivamente sexual.

Terapêutica

Quase todas as deficiências nutricionais podem afetar a imunidade e predispor o organismo ao crescimento excessivo da cândida.

Para que o combate à candidíase crônica seja efetivo, é necessário que se reduzam os fatores que predispõem ao excessivo crescimento da cândida no organismo.

Deve-se evitar relação sexual até que a infecção seja combatida. Em geral, as secreções digestivas (ácido clorídrico, enzimas pancreáticas e bile) impedem a proliferação da cândida no trato digestivo. A normalização das secreções digestivas se faz necessária, com o auxílio de remédios botânicos com propriedades estomáquicas (que favorecem a digestão gástrica), hepáticas (que beneficiam o funcionamento do fígado), colagogas (que facilitam o funcionamento da vesícula biliar) e de suplementos de enzimas pancreáticas, importantes para manterem o intestino delgado livre de parasitas (bactérias, leveduras, protozoários e vermes intestinais). A digestão incompleta dos alimentos e das proteínas predispõe o organismo ao desenvolvimento de toxinas e alergias alimentares.

Dietoterapia

A dieta deve ser livre de açúcar refinado (inclusive sucrose, frutose, sucos de frutas, mel e xarope de ácer) e de vegetais ricos em carboidratos (batatas e milho). Os alimentos com alto teor de levedura (mofo), incluindo bebidas alcoólicas, queijos, frutas secas, melões e amendoins, devem ser evitados, pois contribuem para o desenvolvimento da cândida. O leite e os seus derivados também devem ser evitados devido ao seu alto teor de lactose (açúcar do leite) e dos traços presentes de antibióticos, assim como todo os alérgenos conhecidos (pois as alergias podem debilitar o sistema imune e proporcionar um meio mais receptivo para a cândida).

Nutrientes importantes para o combate da candidíase crônica: lactobacilos, fibras, vitamina A, vitamina B6, vitamina C, zinco, selênio orgânico, ácidos graxos essenciais, ácido fólico e ferro. As pessoas com candidíase crônica, em geral, apresentam uma piora dos sintomas, quando tomam compostos que matam a levedura. Essa reação é ocasionada pela liberação de toxinas provenientes da cândida, quando ela morre. Portanto é importante dar suporte ao fígado antes, durante e depois do emprego de medidas destinadas a combater a levedura. Remédios botânicos: Hydrastis canadensis (Hidraste); Echinacea purpurea (Equinácea); Tabebuia heptaphylla (Pau-d’Arco); Uncaria tomentosa (Unha-de-gato); Taraxacum officinale (Dente-de-leão); Cynara scolymus (Alcachofra); Silybum marianum (Cardo-Mariano); Allium sativum (Alho); chás de gengibre e canela (por apresentarem propriedades antifúngicas). Somente se deve fazer uso de remédios e medicamentos sob a orientação e a prescrição terapêuticas. Deve-se combater a automedicação.