por Flávio Gikovate
Neste texto dou sequência ao tema da vaidade fomentada pela comparação com o outro.
Em geral nossa mente se contamina com a tendência de avaliar tudo e todos como estando por cima ou abaixo de nossa condição.
As pessoas – e nós mesmos – passamos a ser julgados segundo “valores” do meio. Ou seja, as coisas que chamam a atenção como geradoras de admiração passam a ser chamadas de “qualidades” e aquelas que despertam desaprovação e perda de admiração são chamadas de "defeitos".
A preocupação do homem em se destacar e ser admirado transfere ao sistema social um poderoso e eficiente meio de controle sobre a atitude e o modo de pensar.
Todos querem ser admirados e para isso terão que agir conforme os padrões em vigor; as outras pessoas são nossos juízes e nós somos os que julgam os outros.
Todos somos juízes ao mesmo tempo e de alguma forma passamos a nos temer reciprocamente. E nos tememos porque podemos nos impor a dor da humilhação, sensação desagradável agora associada a não sermos admirados, a sermos desprezados como portadores de defeitos e modos de ser que não impressionam os outros.