por Danilo Baltieri
"Minha filha e o marido têm uma vida normal. São muito trabalhadores, têm uma vida financeira equilibrada, são alegres e comunicativos. Porém, sei que eles fumam maconha discretamente. Meu netinho tem 18 meses, é uma criança saudável, amada e bem cuidada por eles. Mas vivo numa eterna angústia com relação ao futuro dessa criança. Ela poderá ser viciada? Como posso contribuir de forma positiva na prevenção?"
Resposta: Certamente, é uma situação bastante preocupante. O uso de maconha pelos pais pode produzir efeitos altamente nocivos sobre as crianças e os adolescentes em várias etapas da vida: quando estão crescendo, aprendendo, desenvolvendo-se física e psicologicamente e formando conceitos sobre o certo e o errado. Enquanto pai ou mãe, seu filho olhará para os pais como fonte de ajuda e orientação para a resolução de problemas e tomada de decisões, incluindo a decisão futura de usar ou não substâncias psicoativas. Como uma pessoa-modelo para seus filhos, a decisão dos pais de não utilizar ou fazer uso de drogas reforçará mensagens diferentes para os filhos.
Filhos de pais usuários de maconha tendem a mostrar-se mais agressivos e apresentar comportamentos mais regredidos. Além disso, tanto por fatores genéticos quanto ambientais, filhos de pais dependentes de cannábis têm maior chance de abuso/dependência futura.
Ainda reitero que baixas doses de cannábis podem provocar:
a) Sensação de bem-estar e relaxamento;
b) Sensação de que os sentidos estão mais aguçados;
c) Leve ou discreta alteração do pensamento e julgamento;
d) Prejuízo da coordenação motora;
e) Perturbação da percepção do tempo e espaço;
f) Acidentes de trabalho e domésticos;
g) Crises de ansiedade/pânico.
Notando alguns destes efeitos, podemos reiterar que há razões mais do que suficientes para os pais procurarem auxílio de profissional da saúde especializado para cessar o consumo desta substância imediatamente. Trabalhar, estudar ou mesmo cuidar de uma criança sob a influência de quaisquer substâncias pode ser um grave risco presente e futuro para todos.
Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psiquiatria e não se caracterizam como sendo um atendimento