por Thaís Petroff
Eu não sou o meu pensamento. Eu sou o lugar onde meu pensamento acontece.
Essa ideia pode parecer óbvia mas, na prática, nem sempre é.
Conseguimos compreender racionalmente que não somos nossos pensamentos ou crenças, mas nem sempre conseguimos ter esse distanciamento para não agirmos como se fôssemos esse pensamento ou crença.
Por vezes nos identificamos tanto com as nossas cognições (percepções) que não conseguimos perceber que nossos comportamentos e nosso modo de ser no mundo são traduções que fazemos através de nosso corpo dos conteúdos que nos passam na cabeça.
Quando percebemos que podemos olhar nossos pensamentos e pensar sobre eles, temos então a possibilidade de ver que eles são meras ideias nas quais acreditamos e por isso nos são tão fortes e significativas; como seria também qualquer outra ideia em que passássemos a acreditar.
As provas que encontramos para nos convencer de que aqueles pensamentos ou crenças são verdadeiros, são evidências que nós mesmos geramos por acreditar naquilo (o pensamento se pronuncia através de mim) ou eu me identifico tanto com ele, que vejo o mundo através dessas lentes, distorcendo toda a realidade à minha volta de modo a caber no que acredito.
Do mesmo modo que um homem que se percebe como tímido tem a seguinte percepção: “Primeiro preciso me sentir confiante para então poder chegar em uma mulher para conversar”. Todos nós também ficamos presos às nossas regras e por isso nos identificamos cada vez mais com nossas cognições a ponto de em alguns momentos não conseguirmos nem distinguir quem somos nós e o que são nossos pensamentos.
Tenha isso consciente e acorde para o fato de que você é maior que seus pensamentos, uma vez que eles te pertencem e não você a eles.