Entenda neste post por que a tristeza é necessária. Comece, hoje, a enxergar o lado bom do lado ruim que o ano de 2020 teve para você. Faça uma lista de coisas que você aprendeu e que fez de novo neste ano que passou.
Basicamente nós identificamos e sentimos estas emoções primárias: amor, alegria, tristeza, medo e raiva. As outras tantas e infinitas emoções que categorizamos são derivadas desse núcleo preexistente em nosso cérebro emocional.
Comecei nomeando estas emoções para que pudéssemos refletir sobre este ano que passou, o qual foi difícil, atípico, conflituoso e com uma possibilidade ressignificante imensa.
Podemos aprender com as nossas emoções, mesmo sendo elas tão mais negativas do que positivas. Sim, gravamos e lembramos muito mais as emoções e as experiências negativas que vivemos.
Experiências negativas nos ajudam a crescer
Tirar lições das experiências emocionais negativas vividas nos permite amadurecer e construir, aos poucos, uma imunidade emocional dentro de nós como se fosse um “calo afetivo” que nos protege de certas dores que ainda virão. Vamos armazenando estas experiências no nosso sistema límbico, o responsável por nossas emoções. Lá, elas ficam ativadas e são “chamadas” sempre que necessárias.
É muito importante para a nossa saúde mental aprendermos a identificar e a gerenciar os gatilhos de tristeza em nós. Por exemplo, as expectativas frustradas, perdas inevitáveis ou ameaças podem disparar gatilhos. Ou seja, pensamentos automáticos disfuncionais que nos levam a termos comportamentos reativos ruins, com o outro, com o mundo e conosco também.
Por que a tristeza ‘se faz necessária’
Mas a tristeza, por exemplo, que muitos sentiram no decorrer de 2020, pode produzir maior capacidade reflexiva, melhorar a nossa capacidade de discernimento, diminuir a agressividade alheia, reduzir a capacidade para a confrontação e brigas, dentre outros benefícios. Nesse viés, a tristeza se faz necessária.
Lembre-se: é impossível viver de verdade, amar, se apaixonar ou adquirir experiência de vida, sem experimentar essas emoções negativas. Elas são necessárias para que possamos conhecer e identificar as emoções positivas quando elas surgirem no nosso cérebro.
O caminho da menor resistência
Não se esforcem para não sentir as emoções negativas. O caminho é: aceitem a sua chegada, acolham, compreendam e aprendam a gerenciá-las. As emoções negativas nos servem de forma muito positiva como alertas e alarmes para que possamos entender o nosso próprio limite, bem como, para que possamos dar valor às emoções positivas que chegarão em seguida.
Comece hoje a enxergar o lado bom do lado ruim que o ano de 2020 teve para você. Sugiro fazer uma lista, não de metas clichês, mas também está valendo, se você assim o quiser. Mas sugiro, sim, uma lista de coisas que você aprendeu e que fez de novo neste ano que passou. O que você fez de diferente? Quais as experiências novas que viveu?
Em seguida, leia pra você mesmo e você poderá se surpreender com as vitórias conquistadas e os desafios cumpridos por você, mesmo neste ano.
Felizes emoções para vocês! Que este novo ano seja de mais emoções gerenciadas e ressignificadas por todos nós. Gratidão é a palavra proferida pelas emoções ruins e pelas boas.
Karina Simões
Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online
