A música de sua playlist diz muito mais sobre você do que a sua roupa ou mesmo a sua profissão
A música é a terceira instância do quadrivium medieval. Dispõe de enorme poder para moldar o caráter, vibra, movimenta e auxilia na integração de conteúdos internos. A música que me agrada fala muito mais de mim do que a roupa que uso e a profissão que me dedico. A organização musical com a qual me afino se compõe de linhas de força puras que “desenham” e se afinam a meus pensamentos e emoções.
Esse poder transformador pode ser observado em diferentes momentos da história humana, quando intenções foram agregadas à música. Tambores e trombetas nos fazem “aterrar” e foram usados para controlar e motivar soldados em campos de batalha. Na “Abertura 1812”, com seus 16 tiros de canhão, Tchaikovsky celebra a resistência das tropas russas à invasão napoleônica. Na Primeira Guerra Mundial, a canção “Over There”, premiada por Roosevelt, incentiva o alistamento de jovens. E, na Segunda Guerra Mundial, a música “Lili Marlene” se eterniza ao repetir mensagens de separação, perda e incerteza quanto ao futuro.
Originado nas favelas norte-americanas na década de 40, o “Rock n’ Roll”, deriva de uma gíria americana usada para descrever o ato sexual. Em diferentes fases, o ritmo abordou temas polêmicos ligados à sexualidade, ao uso de drogas, à violência e à religião. Ritmos como funk e hip hop, de natureza melódica mais explosiva, também fazem uso constante de conteúdos ligados à desarmonia e violência, chegando mesmo a incitá-la.
O estado cultural atual pode ser observado a partir da música, especialmente quanto ao tipo de conteúdo disseminado, sejam os vulgares ou aqueles de natureza nobre. Qual deles predomina nas composições musicais de hoje? Com qual deles você se identifica?
O que a música de sua playlist pode fazer por você?
A música é um recurso precioso para modular nossa vibração e vitalidade, despertar emoções esquecidas, consolidar processos de cura e fixar novos conteúdos e comportamentos. A escolha das letras e melodias é fundamental na criação de ambientes favoráveis a metas de vida saudáveis e significativas.
Um estudo do Programa de Oncobiologia da UFRJ sugere ser possível diminuir células cancerígenas com a exposição diária a meia hora do primeiro movimento da “Quinta Sinfonia” de Beethoven. De acordo com os testes realizados em laboratório, uma a cada cinco células de câncer de mama morreu, em experiência pioneira no tratamento da doença, por meio de timbres e frequências – saiba mais.
Inúmeras pesquisas mostram o efeito da música na diminuição de dores em pós-operatórios, além de atenuar situações de depressão, estresse e ansiedade. A explicação científica reside na interação dos sentimentos do paciente com o estímulo musical, cujo ponto de encontro ocorre no sistema límbico. Esse sistema mediador entre os sistemas nervoso, imunológico e endocrinológico, evidencia a íntima relação entre a música, o universo emocional do paciente e a potencial perspectiva de uma terapia promotora de saúde e de baixo custo.
Músicas despertam percepções e podem ser curativas. Vale a pena investigar e saber como usar isso em favor da saúde.