Ansiedade normal e generalizada; saiba a diferença

Quando a ansiedade ultrapassa o limite do gerenciável e suportável para o nosso cérebro, nossa mente entra em “curto-circuito”. E mais: 7 passos para tratar e melhorar a ansiedade.     

Nunca a humanidade sofreu tanto do mal de ansiedade patológica como nos últimos tempos. E o Brasil é um dos países com mais casos de pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade no mundo.

Quando a ansiedade é bem administrada e gerenciada pelo nosso cérebro,  ela é responsável por nos motivar, por nos acionar alerta de perigos e nos impulsionar para desafios.

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Diferença entre ansiedade normal e generalizada

A ansiedade é uma emoção que faz parte de nossa vida e é sentida quando estamos sob pressão ou passando por problemas ou situações desconfortáveis das quais não estamos acostumados. No entanto, quando a ansiedade ultrapassa o limite do gerenciável e suportável para o nosso cérebro, nossa mente começa a dar um “curto-circuito” cerebral, levando a pessoa a sentir sensações que podem chegar a incapacidade laboral e emocional. Quando isso acontece, instalou-se provavelmente o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).

De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), só no primeiro ano da pandemia da COVID-19, o número de casos de ansiedade e depressão aumentou 25%, globalmente. O TAG está entre os dez principais motivos de procura em consultas médicas e psicológicas e atinge cerca de 264 milhões de pessoas em todo o mundo.

Os Transtornos de Ansiedade podem causar diversos sintomas como: insônia, palpitações, medo excessivo, pensamentos obsessivos, tensão muscular, disfunções intestinais, náusea, fadiga excessiva, dificuldade de concentração, irritabilidade, inquietação, perda de memória, incapacidade de permanecer calmo, entre outros.

7 passos para melhorar e tratar a ansiedade

1. Psicoterapia clínica: baseada em evidências, a terapia cognitivo-comportamental e a terapia do esquema são as mais indicadas para trabalhar com essa ansiedade. Mas pode variar de pessoa para pessoa. 

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2. Qualidade de sua dieta: o que você come influencia diretamente em como você se sente. Existem, por exemplo, alimentos inflamatórios e eles contribuem para o aumento do quadro. Incluir em sua dieta alimentos integrais e elementos ricos em antioxidantes, como verduras – especialmente acelga, espinafre, salsão e couve -, especiarias como cúrcuma e gengibre e frutas como abacaxi e mirtilo, pode ajudar muito nesse processo de controle da ansiedade.

3. Medicação: os mais utilizados são os ansiolíticos e antidepressivos da classe dos inibidores da recaptação de serotonina (IRS) e dos inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN). Porém, só passando por uma boa avaliação médica e psicológica que essa medicação será indicada. Não se automedique, por favor.

4. Meditação, Respiração plena e Espiritualidade: muitos estudos já comprovaram que estas práticas diárias podem treinar a mente para que ela reaja de maneira positiva, contra situações de estresse psicológico e emocional. Fazer exercícios respiratórios ajudarão a melhorar a concentração, pressão arterial, frequência cardíaca e relaxamento muscular. O foco aqui é conectar-se com você mesmo.

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5. Boa qualidade do sono: exerça uma boa prática de higienização do sono. Um sono com qualidade contribui para a regeneração mental e corporal, além de restabelecer os hormônios e o metabolismo.

6. Praticar exercícios físicos: estudos já comprovam que a prática de exercícios estimula a formação de novos neurônios dentro do hipocampo, fazendo com que possamos sentir bem-estar e felicidade. 

7. Aceitar mais as adversidades e problemas que nos acontecem encarando não como uma conformidade, mas como algo que podemos nos fortalecer e sermos mais resilientes. Ou seja, pare de brigar com você mesmo. 

Finalizo com uma frase do filósofo estoico romano Sêneca, que nos ensinou assim: “É parte da cura o desejo de ser curado.”

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online