Como superar a dor do luto?

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“Há um ano atravesso um processo de luto. Em função do choro diário e de todo o sofrimento, fui a um psiquiatra e ele me receitou um remédio para ansiedade e prevenção de depressão. No entanto, estou resistente a tomar, pois acredito que o que me faz sofrer são os pensamentos. Não acredito que o remédio vá me curar desse mal. Já que a origem desse mal, suponho… venha dos meus pensamentos. Queria saber sua opinião. Fazendo uma analogia, não seria como tomar uma remédio para baixar a febre e não combater a infecção? Obrigado.”

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Resposta: Olá! O processo de enlutamento envolve algumas fases de enfrentamento e de passagem. O luto normal diante da perda de alguém envolve diversas reações como sofrimento, tristeza, raiva, angústia… voltadas à adaptação à nova realidade com que o enlutado se depara.

Os sentimentos se mesclam e podem ir para a depressão se não forem tratados, levando ao luto patológico. Os pensamentos podem tornar-se persistentes e dependerá de como você lidará com o seu luto.

Estratégias

– Avalie seus pensamentos e observe se isso está se tornando frequente;

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– Observe o seu estado de humor e os sintomas que você tem sentido desde o último ano da perda dessa pessoa;

– Reavalie o comprometimento que isso está acarretando na sua vida social, profissional e afetiva.

Se isso estiver sendo difícil para você, é preciso que procure um psicólogo para auxiliá-lo nesse processo de ressignificação e adaptação da sua nova realidade. Ele trabalhará contigo a aceitação da perda, o processamento da dor do luto, o ajustamento da sua vida sem a pessoa falecida e, por fim, você poderá encontrar uma conexão entre a pessoa morta e a nova fase da sua vida.

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Converse com o seu psiquiatra em relação ao tratamento medicamentoso. Isso lhe ajudará nesse processo de regulação sintomatológica e bioquímica que envolve: choro, insônia, perda ou aumento do apetite, irritabilidade, anedonia, que é não sentir prazer. Se o psiquiatra recomendou um medicamento, possivelmente há um delineamento em seu tratamento que ele estabeleceu para você.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.