De A a Z: o significado do que sentimos ao amar: sentindo desgaste

Sentimento – verbete – explicado a partir do e-mail enviado por uma leitora: 

“Terminei um relacionamento de dois anos há quase dois meses. Já superei, pois o relacionamento estava bem desgastado e com o tempo esfriou, mas agora conheci uma nova pessoa e estou gostando. Acha errado eu me relacionar?”
       
Por Anette Lewin

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A partir do momento em que o relacionamento anterior terminou, você pode se relacionar com quem quiser, é claro. Não existe a obrigatoriedade de uma “pausa” moral entre um relacionamento e outro.

Talvez, o que valha a pena, é você tentar entender o que fez com que seu relacionamento se desgastasse depois de dois anos. Para que no próximo não repita as atitudes e situações que levaram a esse ponto. Desde que, é claro, você tenha como objetivo aprofundar e fazer caminhar sempre para frente um mesmo relacionamento.

Em geral o desgaste acontece quando pequenas “feridas” do relacionamento não cicatrizam e acabam por torná-lo inviável. Brigas, desentendimentos, mal-entendidos, decepções são inevitáveis, mas o que faz com que o relacionamento consiga ser preservado, é a forma como os envolvidos resolvem essas situações.

Você conseguiu manter um relacionamento por mais de dois anos. Isso sinaliza que você entendeu as regras básicas da relação. Talvez, o que você entende por desgaste seja a passagem da fase da paixão para a do amor. A paixão, segundo alguns estudos, dura no máximo dois anos. Esses são os anos mais viscerais do relacionamento onde a boa vontade impera e o relacionamento caminha quase que automaticamente. A vontade do outro, mesmo que se oponha à do parceiro, não incomoda. Muito pelo contrário. Serve como estímulo para conhecer novas emoções. Mas, assim como toda novidade, depois de algum tempo a realidade bate à porta de qualquer casal apaixonado. E quando isso acontece, a sensação é de que o encanto se quebrou. Pode ser que o desgaste ao qual você se refere esteja ligado a essa passagem. Se assim for, repense, como foi mencionado, se você realmente quer viver apenas grandes paixões sucessivas ou se quer viver um grande amor.

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Como em qualquer objeto físico, atritos constantes num mesmo lugar produzem desgaste. Assim, da mesma forma que se costuma rodiziar os pneus de um carro para que uns não se desgastem mais que os outros levando a um “desastre”, deve-se rodiziar os temas do relacionamento para que um mesmo tema não leve o relacionamento a estourar.

Além disso, só a introdução de novos assuntos pode reavivar, ainda que por breves períodos, aquela sensação inebriante da paixão. Afinal, mesmo que o casal já se conheça e não se encante mais com qualquer palavra que venha do parceiro, viver junto uma nova forma de encarar velhos problemas e até mesmo velhos prazeres costuma reacender o relacionamento.

Resumindo: relacionamentos, assim como qualquer objeto físico, tendem a se desgastar com o tempo. Mas às vezes, pequenos reparos podem ser suficientes para que renasçam das cinzas. E na relação amorosa esses pequenos reparos se traduzem por empatia, paciência, respeito e generosidade. Quando essas atitudes estão em falta nenhum reparo pode ser feito e o desgaste torna a relação irrecuperável.
 

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Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.