Essa é uma pergunta forte e real. A resposta vai te surpreender!
“Quando acesso minhas redes sociais, elas me ‘entregam’ muitas fotos de mulheres com curvas, seios fartos, bundas gostosas. Nós homens temos uma sexualidade muito visual e genitalizada. Mas de repente, você conhece uma mulher e sente uma energia realmente incrível ao conversar com ela; a acha superinteressante, mas por ela não atender a esse padrão da gostosa, ter pouco seio, ou ser magra, sem curvas… vem uma ‘sensação frustrante de falta’. Aí penso que aquele corpo daquela mulher muito gostosa, após a primeira transa, se não houver outros elementos que te atraiam nela, já pode perder parte do encanto e que, em curto prazo, aquele corpo pode passar a não significar muita coisa. Ou seja, aquele corpo escultural, na verdade, é uma ilusão. Mas voltando à mulher que foge a esse padrão. Se ambos se sentem realmente atraídos, haverá uma tendência dessa energia da conversa, de fato, reverberar no desempenho sexual desse casal? Escrevi tudo isso, só para perguntar: Fazemos sexo com um corpo ou com uma pessoa?”
Resposta: Caro leitor: essa pergunta é forte. E real! Porque, no fundo, você está tocando em algo que muitos sentem, mas poucos colocam em palavras: a diferença entre o desejo que nos é ensinado e o desejo que de fato sentimos.
As redes sociais, os filmes, a pornografia, a publicidade, tudo isso molda nossa ideia de beleza e desejo desde muito cedo. Somos todos bombardeados por imagens que associam prazer ao que é visualmente escultural, hipersexualizado. Mas aí, você conhece alguém diferente. Que não segue esse padrão. E algo muda. Tem química, tem papo, tem presença. E isso te balança. Aí vem o conflito: “Mas e o corpo? Será que vai faltar alguma coisa?”. Só que o que você já começa a perceber — e verbalizou muito bem — é que um corpo incrível, por si só, não sustenta o desejo. É gostoso? Pode ser. Mas se não tem conexão, admiração, afeto, trocas verdadeiras, vira repetição. E perde força.
Corpo ganha novo significado
Agora, quando existe essa energia entre duas pessoas, esse encantamento mútuo — o corpo ganha novo significado. Ele deixa de ser só forma, e vira extensão do que se sente. E sim, isso reverbera no sexo. Muito. Porque aí o toque é mais do que pele, o olhar é mais do que estética, e o prazer vai além do que se vê. No fim das contas, a sua pergunta é certeira: fazemos sexo com um corpo ou com uma pessoa? E a resposta mais honesta, mesmo que nem sempre a mais fácil, é: quando o sexo é bom de verdade, é porque estamos com a pessoa — não apenas com o corpo dela.
Atenção!
Esta resposta não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento